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Estado de Minas

Camarões elege presidente em meio à crise em regiões anglófonas


postado em 05/10/2018 15:30

Mais de 6,5 milhões de camaroneses vão às urnas no domingo para eleger um novo presidente e dar ou não um sétimo mandato a Paul Biya, de 85 anos, que parte como favorito, apesar das fortes tensões nas regiões anglófonas do país.

O Exército foi enviado para três das 10 regiões do país: o extremo norte, onde lutam os extremistas do Boko Haram, e as duas regiões anglófonas do noroeste e do sudoeste, onde separatistas armados reivindicam a independência.

Estes ameaçaram impedir o bom desenvolvimento das eleições nessas regiões.

Contudo, as autoridades camaronesas se mostram tranquilas: as eleições acontecerão em todo o território, assegurou o ministro da Administração Territorial em meados de setembro.

O conflito contra os combatentes separatistas não para de se agravar desde o início da crise, no fim de 2016, quando as reivindicações corporativistas anglófonas deram lugar a manifestações e muitas detenções.

Esta crise latente, em um princípio sociopolítico, se transformou pouco a pouco em um violento conflito armado entre as tropas de elite das forças de segurança camaronesas e os separatistas cada vez mais numerosos.

Esses grupos forçaram muitas autoridades locais a fugir de suas administrações em algumas localidades anglófonas.

Como resposta das autoridades, algumas zonas eleitorais serão "realocadas", afirmou à imprensa Elecam, o órgão encarregado da organização da votação.

- 'Ampla oferta política' -

O presidente e candidato Paul Biya, no poder desde 1982 e que pela primeira vez desde 2012 foi no sábado para uma zona provincial para fazer um discurso pré-eleitoral em Marua (norte), conta com um extenso apoio.

Ministros, líderes do partido no poder e líderes tradicionais se mobilizaram para fazer campanha por ele. Por todas as partes são vistos cartazes com seu rosto, e seus apoios percorrem a televisão para defender o seu equilíbrio.

Sua "visão para Camarões", compilada em uma obra em 1987, foi reeditada no início de setembro.

O presidente Biya defendeu em Marua "a firmeza e o diálogo" nas zonas anglófonas em crise.

Oito candidatos enfrentarão nas urnas o conhecido como "Esfinge". E, ao contrário das últimas três eleições nas quais o opositor tradicional, Ni John Fru Ndi, era o principal rival, as eleições de 2018 parecem mais abertas.

"É a primeira vez na história de Camarões que há candidatos de oposição tão diferenciados", analisou Fred Eboko, cientista político camaronês no Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IRD).

Entre eles destacam-se: Joshua Osih, que substituiu Fru Ndi e foi escolhido candidato da Frente Social-Democrata (principal partido de oposição), Maurice Kamto, ex-ministro agora na oposição, e Akere Muna, famoso advogado.

Para essas eleições, no entanto, nenhuma coalizão de oposição foi formada. Cada candidato assegura ter a possibilidade de ser eleito.

Mas, como em 2011, parece difícil imaginar outra vitória que não a de Paul Biya, que foi eleito com 77,8% dos votos. Os observadores apontaram "muitas irregularidades" durante as eleições.

Candidatos da oposição, a Igreja Católica e alguns atores da sociedade civil anunciaram o envio de observadores eleitorais para garantir que não haja fraude.

Em Camarões, onde apenas 10% da população ativa conta com emprego formal, um terço dos habitantes vive com menos de 2,30 dólares por dia e 75% da população não conhece outro presidente além de Biya, os desafios serão imensos.


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