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Estado de Minas

Haddad, ou a difícil arte de se afirmar à sombra de Lula


postado em 05/10/2018 09:12

Fernando Haddad teve menos de um mês para se tornar conhecido como candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), em substituição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), preso por corrupção e lavagem de dinheiro.

O ex-ministro da Educação (2005-2012) e ex-prefeito de São Paulo (2013-2016), de 55 anos, parece ter cumprido a primeira parte de uma missão que se mostrava quase impossível. Segundo as pesquisas de intenção de voto, ele ficará em segundo lugar neste domingo, e deve disputar o segundo turno, no dia 28 de outubro, com Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL).

Seu principal slogan - "Haddad é Lula" - permitiu-lhe se aproximar do eleitorado de renda mais baixa do Nordeste, principal colégio eleitoral do PT. Mas, no segundo turno, pode ser justamente esse seu maior obstáculo, dado que o ex-presidente também tem uma forte rejeição.

Um ponto marcante de sua personalidade é o autocontrole diante dos ataques de adversários, que alguns confundem com distanciamento.

"Sou filho do casamento de um comerciante libanês com uma normalista. Aprendi em casa a negociar e conversar, e tenho um temperamento em geral tranquilo, mesmo nas situações mais adversas. As pessoas confundem isso com frieza, mas não é", declarou em um artigo publicado em junho de 2017 na revista Piauí.

Formado em Direito, com mestrado em Economia e doutorado em Filosofia, casado com uma dentista e pai de dois filhos, Haddad chegou ao ministério da Educação em 2005 - uma das pastas das quais Lula se sente mais orgulhoso.

Sua trajetória lhe colocou na linha de frente do PT, mas ele nunca deixou a sombra de seu mentor.

"Haddad só falava quando perguntado", afirmou um ex-assessor de Lula à Gazeta do Povo em agosto.

- Carreira -

Não é a primeira vez que Haddad começa mal em uma eleição. Ele também não era o mais cotado quando se candidatou à prefeitura de São Paulo em 2012, e acabou ganhando.

Aqueles tempos, entretanto, eram outros. Os do início do governo de Dilma Rousseff (2011-2016), quando a influência de Lula no meio político era praticamente incontestável.

Quatro anos depois, em 2016, Haddad sofreu uma esmagadora derrota nas urnas logo no primeiro turno, e teve que passar a prefeitura de São Paulo para o empresário liberal João Dória, em mais um duro revés para o PT poucos meses depois da destituição de Dilma Rousseff.

Ele sempre soube, contudo, que voltaria à linha de frente do partido.

"Eu não sou uma pessoa ansiosa, espero as coisas acontecerem para tomar decisões. Eu sou um ser político, no sentido de ser participativo na vida pública, desde os tempos da faculdade", afirmou em dezembro de 2016 ao jornal El País sobre uma possível candidatura nacional.


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