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Estado de Minas

Bolsonaro tenta roubar a cena do último debate antes das eleições


postado em 04/10/2018 21:12

O candidato da extrema direita à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL), tentará roubar a cena nesta quinta-feira (4) com entrevista à TV Record e dirigindo-se a seus seguidores no Facebook, no mesmo dia do último debate antes das eleições de domingo (7).

Bolsonaro, que apresentou atestado médico para não comparecer ao debate da TV Globo após ser ferido com uma facada em um comício em 6 de setembro, terá transmitida uma entrevista concedida à Record na mesma hora do debate da concorrente, às 22H00.

Com esta decisão, o deputado e capitão da reserva do Exército, que apostou nas redes sociais para sua campanha, não só dá as costas aos tradicionais e definitivos debates organizados pela TV Globo: também pode roubar a cena da mídia em um dia-chave.

A entrevista de Bolsonaro à Record lhe daria exposição exclusiva, enquanto os outros candidatos deverão, forçosamente, dividir as atenções dos espectadores.

Bolsonaro não participa de nenhum comício eleitoral desde que foi ferido e já antes havia manifestado sua reticência a participar dos debates.

- Boicote ao debate -

Bolsonaro, de 63 anos, lidera as pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno, com dez pontos de vantagem sobre Fernando Haddad, de 55 anos, do Partido dos Trabalhadores (PT), do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Se estas projeções se confirmarem, os dois dirigentes definirão o pleito em segundo turno, celebrado em 28 de outubro.

Seria um confronto entre dois modelos para um país mergulhado em crise econômica, política e de segurança.

O PT, envolvido em vários escândalos de corrupção em seus treze anos no poder (2003-2016), promete voltar atrás nas medidas de austeridade aprovadas durante o governo do presidente em fim de mandato Michel Temer e defende a proteção de ativos nacionais, como as empresas públicas.

Bolsonaro, assessorado pelo economista Paulo Guedes, apregoa ao contrário reformar o custoso regime previdenciário e impulsiona as privatizações para reduzir o enorme déficit fiscal e conter o aumento da dívida pública.

Haddad busca mobilizar os seguidores do PT no interior do país, especialmente àqueles que se beneficiaram das políticas sociais durante os governos de Lula e Dilma Rousseff desde 2003.

Bolsonaro, cuja mensagem antissistema e de enaltecimento da ditadura militar (1964-1985) conquistou mais de um terço do eleitorado, aposta por sua vez na capilaridade que as redes sociais lhe dá entre seus seguidores.

Ao não participar do debate, Bolsonaro não precisará contrapor suas ideias com as de outros candidatos com menor percentual de votos, nem enfrentar seu principal adversário.

Seus seguidores entendem que esta é a forma correta de entrar na reta final desta dura campanha eleitoral, a ponto de usarem Whatsapp e Twitter para convocar o boicote ao debate organizado pela TV Globo.

Nas ruas do País percebem-se os últimos estertores de uma campanha dominada pela incerteza, em primeiro lugar sobre a participação do ex-presidente Lula, que acabou impedido de se candidatar e seguirá preso cumprindo pena de 12 anos e um mês por corrupção e lavagem de dinheiro.

E também no que diz respeito ao resultado de domingo e a um eventual segundo turno, com um Bolsonaro que deverá, então, se mostrar ao público se quiser reduzir sua rejeição, de 46%, o mais alto entre os treze candidatos que participam das eleições.


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