Dezenas de milhares de judeus se reuniram nesta quarta-feira diante do Muro das Lamentações na Cidade Velha de Jerusalém para receber a tradicional "bênção sacerdotal".
Segundo as autoridades religiosas que administram o lugar, o mais sagrado do judaísmo, cerca de 100.000 pessoas comparecem às duas bênçãos, concedidas por centenas de membros da casta de Cohanim (o plural de Cohen, sacerdote em hebraico).
Os sacerdotes recitaram palavras extraídas do quarto livro da Bíblia levantando os braços. Segundo a tradição, os Cohanim são os descendentes dos sacerdotes que oficiavam no Templo de Jerusalém.
A mesma oração é pronunciada diariamente nas sinagogas do mundo inteiro. O ritual compreende um gesto em que as mãos são levantadas com quatro dedos (exceto o polegar) formando um V.
A "bênção sacerdotal", que se realiza duas vezes por ano, ocorre durante a longa semana das festividades de Sucot, ou Festa dos Tabernáculos, que na antiguidade foi um período de peregrinação.
Entre os sacerdotes estava o embaixador dos Estados Unidos em Israel, David Friedman, que é judeu e membro da casta sacerdotal Cohanim. "É um privilégio poder abençoar o povo de Israel", declarou aos jornalistas.
As forças de segurança israelenses foram mobilizadas para prevenir possíveis confrontos à margem das bênçãos.
O status de Cidade Santa é um dos problemas mais delicados do conflito entre israelenses e palestinos. Estes últimos desejam que Jerusalém Oriental seja a capital do Estado ao que aspiram.
O Muro das Lamentações fica na parte palestina da Cidade Velha de Jerusalém, ocupada e anexada por Israel, sob a Esplanada das Mesquitas, terceiro lugar santo do islã.
Para os judeus, a Esplanada é o Monte do Templo, onde se erguia o segundo Templo judeu destruído pelos romanos em 70 a.C. Os judeus podem visitar a Esplanada mas não têm autorização para rezar neste lugar.