O Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) elevou a taxa básica de juros nesta quarta-feira pela terceira vez neste ano, mas não deu sinais de que possa tomar medidas mais agressivas para conter a inflação.
O banco central subiu os juros para a faixa de 2% a 2,25%, uma alta de um quarto de ponto.
Novamente, a instituição afirmou que "futuros aumentos graduais" permitiriam a expansão contínua da economia, mantendo a inflação perto da meta do Fed de 2%.
Contudo, o anúncio do Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC) - acompanhado em cada detalhe - retirou uma frase antiga que descrevia as taxas de juros em vigor como uma fonte de estímulo à economia.
O presidente do Fed, Jerome Powell, vai dar uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira para explicar as motivações da decisão unânime.
"O comitê espera que futuros aumentos graduais (...) sejam consistentes com a expansão sustentada da atividade econômica, condições fortes do mercado de trabalho e inflação perto da meta simétrica de 2% do comitê a médio prazo", disse o comunicado.
Mas a declaração não descreve mais o nível da taxa como "acomodativo", enquanto continua a notar os fortes ganhos na atividade econômica e no emprego.
O Fed elevou a taxa básica oito vezes desde o fim de 2015, com mais uma alta esperada na última reunião do ano, em dezembro.
Em suas previsões trimestrais, os membros do comitê não indicaram que teriam que agir mais agressivamente para conter os preços. A inflação prevista para o próximo ano era levemente menor em junho, enquanto o cenário da taxa de juros ficou inalterado.
O índice de preços preferido do Fed, baseado nos gastos do consumidor, subiu 2,3% nos 12 meses encerrados em julho - seu ritmo mais forte desde março de 2012. Contudo, excluindo os preços voláteis dos alimentos e da energia, a inflação subiu 2,0%, exatamente a meta do Fed.