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Estado de Minas

China nega interferência e exige respeito dos EUA


postado em 19/09/2018 11:06

A China negou o desejo de influenciar as eleições legislativas dos EUA e desmentiu qualquer interferência, ao mesmo tempo em que pediu "respeito" a Donald Trump, que acusa Pequim de tomar seus eleitores como alvo na atual guerra comercial.

Os dois países estão envolvidos há vários meses em uma batalha de tarifas iniciada por Trump. Ele deseja especialmente uma maior abertura do mercado chinês aos produtos "made in USA" para reduzir o déficit comercial.

Na segunda-feira, a Casa Branca anunciou a adoção de tarifas adicionais sobre produtos da China que representam 200 bilhões de dólares de importações ao ano. Pequim respondeu, na terça-feira, com medidas de represália sobre 60 bilhões de dólares de produtos americanos importados.

Donald Trump acusou o governo chinês de tentar enfraquecê-lo politicamente ao atacar os produtos dos estados onde está parte de sua base eleitoral.

O presidente teme uma derrota republicana nas eleições de meio de mandato, em novembro próximo.

"A China declarou abertamente que está tentando ativamente impactar e mudar nossas eleições, atacando nossos agricultores e trabalhadores industriais por sua lealdade a mim", escreveu Trump no Twitter.

Também afirmou que os americanos que sofrerão as represálias chinesas são "grandes patriotas" dispostos a suportar a guerra comercial para superar a China.

- Fraldas e GNL -

"Qualquer um que conheça um pouco a diplomacia chinesa saberá que nunca interferimos nos temas internos de outros países", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang.

"Não aceitamos a interferência alheia em nossos assuntos internos. E nós não interferimos nos assuntos internos alheios", completou.

A estratégia chinesa recorda a que já foi utilizada pela União Europeia (UE) no pior momento da tensão com Washington. Com a esperança de fazer a Casa Branca ceder, os sócios tomam como alvo os estados americanos que podem passar para o lado democrata.

A partir de 24 de setembro, quase metade de todas as importações da China aos Estados Unidos serão submetidas a tarifas de 10%, que aumentarão para 25% três meses depois.

Como represália, em julho e agosto foram adotadas tarifas sobre produtos chineses que representam 50 bilhões de dólares de importações ao ano.

A China, que respondeu adotando o mesmo valor sobre os bens americanos, também adotará novas tarifas a partir de 24 de setembro. Entre os produtos afetados estão fraldas para bebês, móveis, painéis solares e o gás natural liquefeito (GNL).

- 'Sinceridade' -

Pequim cobra tarifas desde julho de 25% à soja americana. No ano passado, as exportações do produto americano para a China alcançaram 14 bilhões de dólares, ou seja, um terço da produção.

Os produtores de soja estão em estados que votaram em peso em Donald Trump.

O presidente americano exige que Pequim reduza em 200 bilhões de dólares o colossal déficit comercial americano, com uma abertura maior de seu mercado aos produtos dos Estados Unidos. Também critica as supostamente forçadas transferências de tecnologia.

A China advertiu que poderia não retornar à mesa de negociações.

"Por um lado, os Estados Unidos nos convidam a retomar o diálogo. E, do outro, nos ameaçam com sanções, pressões", disse o porta-voz da diplomacia chinesa, que pediu à Casa Branca demonstrações de "respeito e sinceridade".

Nesta quarta-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, criticou o "unilateralismo", em uma clara referência aos Estados Unidos.

"É essencial apoiar os princípios básicos do multilateralismo e do livre-comércio", afirmou Li durante o Fórum Econômico Mundial na cidade de Tianjin, leste da China.


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