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Estado de Minas

'Zero', o objetivo mais ambicioso da batalha climática


postado em 13/09/2018 18:18

Zero energia fóssil, zero carros a gasolina, zero danos: a eliminação total das emissões de gases de efeito estufa é o objetivo, distante mas oficial, adotado por um grande número de cidades e territórios reunidos nesta quinta-feira (13) na cúpula sobre o clima de San Francisco.

Europa, Ásia, América, África e Oceania estão representadas na Cúpula Mundial de Ação Climática, que começou na quarta-feira em San Francisco e reúne, de uma forma sem precedentes, prefeitos e governadores em vez de chefes de Estado e de Governo.

"O governo federal não pode fazer nada para nos deter!", disse o bilionário Michael Bloomberg, um dos organizadores do encontro, na noite de quarta-feira, sem mencionar o nome do presidente americano, Donald Trump.

"Não retrocederemos", exclamou diante de milhares de delegados reunidos em uma recepção no Museu de Arte Moderna de San Francisco financiada por sua organização filantrópica.

O motivo do encontro é salvar o Acordo de Paris de 2015. Embora o único que anunciou até agora sua retirada foi os Estados Unidos, os demais países signatários adotaram compromissos insuficientes para limitar o aumento de temperatura do planeta a um nível que não represente um perigo.

As catástrofes deixaram de ser o argumento central para mobilizar as pessoas, apesar de que o furacão Florence ameaça a costa leste dos Estados Unidos e o tufão Mangkhut, as Filipinas.

- Cidades modelo -

Dezenas de cidades e regiões anunciaram na quarta-feira que passarão a 100% de veículos sem emissões de gases de efeito estufa até 2030 ou 2050.

Tóquio, Seul e Roterdã se uniram assim a Paris, Londres, Barcelona, Cidade do México e outras urbes no compromisso de ter 100% de ônibus elétricos em 2025, e reduzir a "zero" as emissões em uma "zona significativa" de seus territórios até 2030.

Outros conglomerados urbanos estão dispostos a produzir eletricidade livre de combustíveis fósseis e neutra em carbono, como a Califórnia, até 2045.

Isto não significa necessariamente energia 100% renovável; pode se tratar de energia nuclear e gás natural, com a condição de que capturem as emissões de carbono.

Uma centena de grandes cidades do clube C40, presidido pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, se comprometeram a ser completamente neutras em carbono até 2050: isto inclui não só a eletricidade, mas também o transporte e o resto da economia.

Para Helen Clarkson, diretora da ONG The Climate Group, o compromisso das cidades de passar a veículos 100% elétricos em algumas décadas "abre uma nova fronteira para a indústria automotora mundial".

"Também é uma advertência para os fabricantes de automóveis e para a pequena quantidade de governos que buscam bloquear o progresso", disse.

"Eles têm uma opção clara: acompanhar a dinâmica e se comprometer com um futuro de zero emissões, ou perder uma grande oportunidade de mercado".

As multinacionais também participam deste movimento. Muitas assinaram contratos para usar só eletricidade "limpa", ou anunciaram publicamente que conseguirão isto em poucos anos ou décadas, em alguns casos em toda a sua rede de fornecedores.

"Embora os holofotes estejam sobre Washington, a ação se desenvolve, na realidade, fora da capital federal, nos estados vermelhos e nos estados azuis", disse na terça-feira em uma coletiva de imprensa Michael Bloomberg, em referência às cores que representam os republicanos (vermelho) e os democratas (azul).

O clima segue sendo um tema muito partidista nos Estados Unidos. O magnata também anunciou que se envolverá na campanha legislativa atual para inclinar a Câmara de Representantes em direção ao lado democrata nas eleições de novembro.


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