Quase metade dos lucros de multinacionais americanas no exterior está em paraísos fiscais, sendo a Irlanda o destino preferido, segundo um estudo econômico publicado nesta segunda-feira.
Enquanto isso, os benefícios pelo aumento dos lucros ficam nas mãos de acionistas, apontou o relatório.
As empresas americanas são, de longe, as maiores usuárias de paraísos fiscais, onde pagam tarifas médias de apenas 7%, segundo o estudo realizado pelos economistas Thomas Wright e Gabriel Zucman.
"A Irlanda consolida sua posição como paraíso fiscal número um", escreveu Zucman no Twitter. "Empresas americanas obtêm mais lucros na Irlanda que em China, Japão, Alemanha, França e México juntos. A taxa de impostos irlandesa é de 5,7", destacou.
O estudo teve início assim que entrou em vigor o corte de impostos em dezembro de 2017, que estabelecia a divisão de lucros, o que permitiu aos pesquisadores calcular o pagamento final de impostos das empresas.
A lei de 2017 autorizou "essas empresas a repatriarem seus lucros no exterior a uma taxa de impostos baixa (...). Agora sabemos que as multinacionais americanas tinham um lucro alto após pagarem tributos em suas operações no exterior durante as últimas décadas", indica o texto.
Este fenômeno é chamado de "privilégio fiscal exorbitante" e, como resultado, "redistribuiu a renda em benefício de seus acionistas (alguns dos quais são estrangeiros)".