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Estado de Minas

Confrontos com traficantes no Rio deixam 12 mortos, sendo um militar


postado em 20/08/2018 19:30

Operações coordenadas entre policiais e militares no Rio de Janeiro deixaram nesta segunda-feira (20) pelo menos 12 mortos, entre eles um militar, a primeira baixa desde o início da intervenção federal na segurança pública no estado.

Cinco pessoas foram mortas em comunidades do Complexo do Alemão, da Maré e no bairro vizinho da Penha, na zona norte da cidade, durante uma operação da qual participaram 4.200 soldados, apoiados por 70 policiais, informou o Comando Militar do Leste, que anteriormente havia registrado oito mortos.

O Comando informou que o militar falecido, o cabo Fabiano de Oliveira Santos morreu "por ferimentos decorrentes de confronto envolvendo disparos de arma de fogo" e que outro militar, o soldado Marcus Vinícius Viana Ribeiro, foi hospitalizado com um ferimento na perna. "Seu estado inspira cuidados, porém o militar não corre o risco de morrer", segundo comunicado.

O cabo é o primeiro membro das Forças Armadas morto em ação desde que o presidente Michel Temer decretou, em fevereiro, a polêmica intervenção militar na segurança pública do Rio. O estado vive uma onda de violência desatada após os Jogos Olímpicos do Rio-2016, com tiroteios constantes entre facções de narcotraficantes e em confrontos entre estes e a Polícia em comunidades pobres.

As forças armadas ressaltaram o "supremo sacrifício despendido por estes militares em sua missão de proporcionar um ambiente seguro e estável aos habitantes do estado do Rio de Janeiro".

Outros seis supostos criminosos foram mortos pela Polícia em Niterói, região metropolitana do Rio.

Aparentemente, os supostos traficantes estavam voltando em dois carros roubados de uma festa em uma das comunidades da região quando decidiram roubar outro veículo, segundo a Agência Brasil.

"Na ocorrência de hoje, no acesso à Ponte Rio-Niterói, nove criminosos foram baleados. Quatro morreram no local, dois morreram no hospital e 3 foram presos", informou a PM no Twitter, acrescentando que houve a apreensão de quatro fuzis, quatro pistolas, quatro granadas e sete radiotransmissores.

A Polícia os cercou com um carro blindado em um dos acessos da Ponto Rio-Niterói, onde houve um intenso tiroteio que chegou a atingir um ônibus.

O Comando Militar a cargo da segurança do Rio informou mais cedo que o objetivo da operação era cercar comunidades, tirar barricadas instaladas nas ruas pelo tráfico, revistar veículos e moradores e atender a denúncias especialmente sobre quadrilhas de traficantes.

Analistas foram surpreendidos pela contundência da operação militar, já que os soldados não costumam estar na primeira linha de combate, mas apoiando a Polícia.

- "Muito grave" -

"Achamos muito grave. Se houver confirmação de que as mortes foram executadas por agentes das Forças Armadas terá sido uma mudança preocupante em relação ao que vinha ocorrendo até aqui desde o início da intervenção", declarou à AFP a socióloga Silvia Ramos, coordenadora do chamado Observatório da Intervenção do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes.

"Os soldados do Exército faziam parte de operações, mas cuidavam para não haver confrontos diretos e não haver baixas. As Forças Armadas não podem entrar e nessa lógica de confrontos inúteis e mortes inaceitáveis que dominam a práticas de policias do RJ", manifestou.

Os tiroteios aumentaram 36% no Rio desde o início da intervenção militar, segundo um informe coordenado pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da Universidade Cândido Mendes.

Segundo este informe, nos 120 primeiros dias de intervenção também aumentou 34% a letalidade da polícia, com 444 pessoas mortas nas mãos dos agentes. Os homicídios, no entanto, caíram 13%, chegando a 1.794.

Desde fevereiro foram registrados casos de violência com grande repercussão, como o assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março; e em junho, uma operação policial levou ao fechamento do turístico bondinho do Pão de Açúcar, terminando com pelo menos sete supostos traficantes mortos.


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