A preocupação com a oferta de petróleo pode voltar com as sanções americanas contra o Irã - advertiu nesta sexta-feira (10) a Agência Internacional de Energia (AIE).
Em seu informe mensal sobre o petróleo, a agência observa que o mercado está tranquilo, mas que isso "pode não durar".
"Quando começarem a ser aplicadas as sanções petroleiras contra o Irã, talvez combinadas a problemas de produção em outras partes, manter o nível da oferta mundial pode ser difícil", adverte a AIE.
Os Estados Unidos pediram a todos os países do mundo que deixem de importar petróleo iraniano antes de 4 de novembro para evitar ser sancionados.
A última rodada de sanções provocou uma queda das exportações do petróleo iraniano de 1,2 milhão de barris diários (mbd), mas, "desta vez, o impacto pode ser ainda mais severo", acrescentou o informe.
A AIE observa, porém, que, até agora, a preocupação com a oferta se tranquilizou, apesar da queda inesperada da produção saudita em julho, de 110.000 barris diários a menos, até 10,35 mbd.
Recentemente, a Arábia Saudita se comprometeu a aumentar sua produção para limitar a alta dos preços.
A queda na produção saudita ficou compensada por uma maior produção nos Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Nigéria.
No que se refere à demanda, a AIE revisou para alta (110.000 barris diários) sua previsão de crescimento para 2019, mas advertiu que ainda há muita incerteza sobre este prognóstico.
As guerras comerciais podem se agravar e provocar uma desaceleração do crescimento econômico e, em consequência, uma menor demanda de petróleo.