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Estado de Minas

Fernando Haddad, possível plano B de Lula nas eleições de outubro


postado em 09/08/2018 10:30

Fernando Haddad enfrenta um desafio inédito: ser, ao mesmo tempo, o mensageiro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua tentativa de voltar ao poder em outubro e seu provável indicado uma vez que a candidatura de seu mentor seja formalmente invalidada.

O ex-prefeito de São Paulo foi nomeado no domingo pelo PT candidato a vice na chapa de Lula, que desde abril cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

Enquanto advogado, Haddad pode visitar facilmente o ex-presidente em sua cela.

"Haddad está cumprindo um papel de ser o vice neste momento para vocalizar o ex-presidente no dia a dia da campanha. Ele é um representante do Lula", declarou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

Muitos analistas acreditam que Haddad acabará substituindo Lula na cabeça de chapa para as eleições de outubro, já que a impugnação da candidatura do líder histórico do PT é dada como certa.

Ao contrário, se Lula conseguir se manter na disputa, Haddad sairia de cena e cederia o lugar à ex-deputada Manuela D'Ávila (PCdoB), de 36 anos, que retirou sua pré-candidatura para integrar a chapa do PT.

Com popularidade em alta mesmo depois de preso - Lula é líder nas pesquisas de intenção de voto, com 30% da preferência do eleitorado - diz-se que o ex-presidente poderia eleger um poste, se quisesse.

Nas palavras do blogueiro político Fernando Brito, "Lula é o cara. E Haddad tem de ser 'o cara do cara'".

- À sombra de Lula? -

Haddad, de 55 anos, foi ministro da Educação durante os governos de Lula (2003-2010) e Dilma (2011-2016). Em 2012, foi eleito prefeito de São Paulo, maior cidade e capital financeira do país.

Sua trajetória o colocou no coração da máquina do PT, sem nunca sair da sombra de seu mentor. "Haddad só falava quando perguntado", lembrou um ex-aliado de Lula em declarações ao jornal Gazeta do Povo.

Alguns o criticam pelo estilo distante, algo que ele nega. "Sou filho do casamento de um comerciante libanês com uma normalista. Aprendi em casa a negociar e conversar, e tenho um temperamento em geral tranquilo, mesmo nas situações mais adversas. As pessoas confundem isso com frieza, mas não é", explicou em artigo publicado em junho de 2017 na revista Piauí.

Haddad tentou se reeleger nas eleições municipais de outubro de 2016, mas sofreu uma dura derrota (teve apenas 17% dos votos) no pleito em que o liberal João Doria foi eleito para sucedê-lo.

Os tempos mudaram: Dilma Rousseff foi destituída pelo impeachment votado no Congresso e muitos dos principais dirigentes do PT, inclusive Lula, se viram envolvidos em graves denúncias de corrupção.

Mas Lula, mesmo preso, mantém elevada sua popularidade e pode, chegado o momento, transmitir este prestígio eleitoral para Haddad.

Segundo pesquisas em junho, o ex-prefeito tinha apenas 2% das intenções de voto, mas seu apoio parece decolar à medida que a possibilidade de se candidatar se define. Uma consulta do instituto Ibespe, divulgado este mês, indica que Haddad, como candidato de Lula, teria 13% dos votos.

Mesmo com margem de erro de 3,2%, este percentual o coloca no segundo lugar, à frente da ambientalista Marina Silva (Rede) e do candidato de centro-direita Geraldo Alckmin (PSDB), ambos com 9%.

Isto significa que Haddad enfrentaria no segundo turno o capitão da reserva do Exército Jair Bolsonaro (PSL), que obteria 20% no primeiro turno, segundo a mesma pesquisa.


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