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Estado de Minas

Setores europeus afetados pelas sanções contra o Irã


postado em 06/08/2018 14:54

O restabelecimento das sanções dos Estados Unidos contra o Irã compromete as atividades das multinacionais europeias na República Islâmica.

Veja abaixo os setores envolvidos:

- Automotivo -

Em meados de maio, após os Estados Unidos se retirarem do acordo nuclear assinado com o Irã em 2015 e anunciar novas sanções, as fabricantes de carros francesas, Renault e PSA, que vendem quase metade dos novos veículos no mercado iraniano, adotaram linhas opostas.

A PSA anunciou, no começo de junho, que preparava a suspensão de suas atividades no seu maior mercado exterior em volume, minimizando a importância da saída - "menos de 1% do faturamento".

Já a Renault afirmou que não queria deixar suas atividades no Irã e, se fosse necessário, reduziria o volume de atividades, mas sem colocar em risco os interesses da empresa. Em 16 de julho, a montadora anunciou uma redução de 10,3% de suas vendas no Irã no primeiro semestre, a 61.354 unidades.

As fabricantes alemãs, mais discretas, também sofrerão os efeitos. Sobretudo a Daimler, que em 2016 assinou protocolos de acordo com dois grupos iranianos para produzir e comercializar caminhões Mercedes-Benz. Assim como a Volkswagen, que anunciou em 2017 sua intenção de voltar a vender carros no Irã após 17 anos de ausência. A montadora, com forte presença nos Estados Unidos, provavelmente precisará renunciar ao mercado iraniano.

- Aeronáutico -

Os maiores contratos assinados após o acordo nuclear diziam respeito ao setor de aviação. O Irã procura modernizar sua frota civil.

A europeia Airbus registrou encomendas de empresas iranianas para 100 aeronaves. Apenas três foram entregues até domingo, todos com licenças dos Estados Unidos necessárias devido ao uso de peças fabricadas no país. Mas a perda do mercado iraniano não pesará muito para a Airbus, já que em 30 de junho ela tinha encomendas de 7.168 aeronaves.

A empresa Iran Air anunciou no sábado que receberia no domingo cinco novas aeronaves da fabricante francesa ATR de um total de 20 pedidos, dos quais oito já foram entregues. Esses aviões são fabricadas perto de Toulouse (sudoeste da França) pela empresa controlada pela Airbus e pela italiana Leonardo, mas 10% das peças vêm dos Estados Unidos. O ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, disse na semana passada que espera obter o apoio dos EUA para a entrega de oito aeronaves antes da retomada das sanções - nesta terça-feira às 04H01 GMT (01H01 de Brasília).

- Indústria petroleira -

Após o acordo de 2015, o grupo petrolífero francês Total associou-se à CNPC chinesa para investir 5 bilhões de dólares na exploraçao do campo de gás de South Pars, no Golfo Pérsico. Como não conseguiu obter uma isenção dos Estados Unidos, a Total deve se retirar do negócio.

O grupo francês investiu apenas 100 milhões de dólares na operação no momento, o que limitaria suas perdas. O Irã avisou que a Total seria substituída pela CNPC, uma empresa estatal chinesa.

A gigante italiana ENI, que tem um contrato para comprar 2 milhões de barris de petróleo por mês, que expira no final de 2018, preferiu a prudência e não renovou o acordo com o Irã.

- Indústria ferroviária e naval -

A indústria ferroviária italiana pode sofrer com as sanções. O grupo público Ferrovie dello Stato assinou um acordo em julho de 2017 para a construção de um trem-bala entre Qom e Arak, no norte do Irã.

Além disso, o grupo naval italiano Fincantieri assinou vários acordos de cooperação com o Irã em 2016.

A Itália é o maior parceiro comercial do Irã da Europa. Suas exportações para a República Islâmica aumentaram 12,5% em 2017, a 1,7 bilhão de dólares.

- Turismo -

As companhias British Airways e Lufthansa, que tinham retomado seus voos diretos para Teerã, devem suspender essa rota se quiserem continuar operando livremente seus voos transatlânticos.

O grupo francês AccorHotels, que inaugurou dois hotéis no aeroporto de Teerã em 2015, poderia ser penalizado, assim como os Rotana Hotels, dos Emirados Árabes, que disseram querer se estabelecer no Irã.

A espanhola Meliá Hotels International, que assinou um acordo em abril de 2016 para administrar um hotel cinco estrelas de luxo no Irã, o Gran Meliá Ghoo, indicou que estava em construção e não quis comentar "essas questões políticas", especialmente nesta fase "tão prematura".

- Indústria -

A alemã Siemens retomou suas atividades no Irã em março de 2016, associando-se à iraniana Mapna para construir turbinas a gás e geradores para usinas elétricas. Em janeiro, assinou contrato de 12 compressores para duas estações de tratamento de gás natural.

Um porta-voz contatado pela AFP disse na sexta-feira que o grupo queria "manter a conformidade" das regulamentações em curso sobre as exportações, incluindo sanções americanas, sem anunciar sua retirada.

O grupo francês de gás industrial Air Liquide "decidiu suspender todas as atividades comerciais" naquele país, disse uma porta-voz à AFP, acrescentando que a empresa "não tem investimentos no Irã".

Segundo a organização patronal Institute of Directors, algumas empresas britânicas têm contratos no Irã nos setores de infraestrutura, solar, engenharia ou saúde.

- Farmacêutico -

A francesa Sanofi, presente no Irã há mais de uma década, vai manter suas atividades "em total acordo com as regras internacionais", de acordo com um porta-voz, para quem "ainda é muito cedo para comentar os impactos potenciais (das sanções) sobre as operações de nossa empresa no Irã".

- Setor bancário -

Bancos alemães, como o regional Helaba e o DZ Bank, decidiram sair depis do anúncio das sanções pelo presidente americano Donald Trump em meados de maio.


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