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Estado de Minas

Novo procurador-geral do Peru na mira por escândalo de áudios


postado em 20/07/2018 20:42

Um dia depois da queda do presidente da Suprema Corte do Peru pelo escândalo dos áudios, tudo aponta agora para o novo procurador-geral, que assumiu seu cargo nesta sexta-feira (20), ao divulgarem uma comprometedora conversa com um questionado juiz.

O novo procurador Pedro Gonzalo Chávarry assumiu em uma cerimônia marcada pela chamativa ausência do presidente Martín Vizcarra e de outras autoridades que haviam pedido para anular a nomeação do juiz por conta do escândalo.

Uma conversa por telefone entre Chávarry e o juiz da Suprema Corte César Hinostroza, suspenso pelo escândalo dos áudios de tráfico de influência e venda de sentenças, fez com que o Ministério Público convocasse de urgência uma Junta de Procuradores Supremos para decidir se procedia ou não que o novo procurador-geral assumisse.

Apesar do pedido do governo, a junta de procuradores ratificou a nomeação por uma apertada votação.

Chávarry negou atos irregulares e obstinou-se em assumir seu cargo, para o qual havia sido eleito por três anos em junho, antes que explodisse o escândalo.

A votação havia ficado empatatada e o voto do próprio Chávarry, um dos membros da Junta de Procuradores Supremos, a seu favor decidiu o resultado.

A Procuradoria havia permanecido alheia ao escândalo até este momento.

"Quero conversa com você para ver que ações tomar. Estou disposto a mudá-lo, isso é o que quero falar contigo, mas não diga a ninguém", diz Chávarry a Hinostroza no áudio, em alusão a uma suposta ação para remover um funcionário da judicatura incômodo para seus interesses.

Durante a cerimônia de posse, Chávarry disse que é alvo de "comentários carentes de fundamento", queixando-se que a mídia peruana "não me trata com respeito", e que sua conversa foi tirada de contexto.

A vice-presidente peruana, Mercedes Aráoz, pediu, sem sucesso, à Junta de Promotores que anulasse a nomeação de Chávarry.

"A conversa com Hinostroza é gravíssima e mostra que ele deveria ser investigado, e que mentiu", tuitou a vice-presidente.

Desde que começou o escândalo, o presidente do Supremo Tribunal, Duberlí Rodríguez, e o ministro da Justiça, Salvador Heresi, entre outros, renunciaram.

Paralelamente, um juiz ditou nesta sexta 18 meses de prisão preventiva ao destituído presidente do Tribunal Superior (de apelações) de Callao, Walter Ríos, peça-chave no escândalo.

"(Este tribunal) declara com fundamento o pedido de prisão preventiva pelo prazo de 18 meses, prorrogáveis, contra Walter Ríos", determinou um juiz supremo de investigação preparatória após uma audiência de cinco horas.

A defesa do ex-presidente do tribunal de Callao apelará da decisão. A Procuradoria havia pedido 36 meses de prisão preventiva.

Enquanto isso, o Congresso realiza uma sessão extraordinária convocada pelo presidente Vizcarra como primeiro passo de uma profunda reforma judicial.


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