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Estado de Minas

Europeus mais divididos do que nunca antes de cúpula sobre imigração


postado em 21/06/2018 14:48

Hungria, Polônia, República Checa e Eslováquia, favoráveis a uma linha dura sobre a imigração, descartaram nesta quinta-feira participar de uma mini-cúpula europeia sobre o assunto, a ser realizada em Bruxelas no domingo.

"A mini-cúpula de domingo é inaceitável. Nós não vamos participar. Eles querem apresentar uma proposta que já rejeitamos", ressaltou o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, após uma reunião com seus colegas húngaro, checo e eslovaco - o grupo de Visegrad - em Budapeste.

Convocada pelo presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker, no contexto da crise da embarcação humanitária "Aquarius", este encontro se destina a preparar a cúpula de Bruxelas, em 28 e 29 de junho, que será dedicada à imigração, tema que domina a agenda dos países europeus divididos sobre o assunto.

O episódio do "Aquarius", que transportava 630 imigrantes e que foi proibido pela Itália de atracar em território italiano, evidenciou a necessidade de uma resposta europeia comum para a questão migratória.

Os participantes da reunião de Bruxelas proporão o reforço das obrigações impostas aos requerentes de asilo para tentar acalmar as tensões entre os Estados-Membros.

A mini-cúpula do domingo deverá reunir pelo menos dez líderes europeus, incluindo os da Alemanha, França, Espanha, Itália, Grécia, Malta, Áustria, Bulgária, Bélgica e Holanda, embora seja aberta a outros países que desejem participar.

A reunião foi convocada num momento em que a CSU, os aliados bávaros da chanceler alemã Angela Merkel, a pressionam para obter um reforço das regras e práticas europeias em matéria de imigração.

De acordo com um documento de trabalho preliminar obtido pela AFP, os participantes da reunião devem se comprometer a acelerar os envios dos requerentes de asilo de um país da UE para outro Estado.

O texto também prevê a criação de um "mecanismo de solidariedade eficaz" com a distribuição obrigatória de imigrantes entre os diferentes Estados-membros, uma proposta categoricamente rejeitada pelos países de Visegrado.

- "Construindo pontes" -

O primeiro-ministro austríaco, o conservador Sebastian Kurz, foi recebido nesta quinta-feira por seu colega húngaro, Viktor Orban.

O líder austríaco, que formou no final de 2017 um governo com a extrema-direita, foi especialmente convidado pelo Grupo de Visegrado, uma vez que mantém uma política sem concessões em questões de imigração.

Kurz não questionou sua participação na mini-cúpula de domingo, afirmando que quer "construir pontes" entre os europeus.

A reunião "se concentrará na proteção das fronteiras externas, especialmente no reforço da Frontex [agência europeia] e nas medidas a serem tomadas contra a imigração ilegal através da Albânia", indicou a chancelaria austríaca.

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orban afirmou que "na questão da imigração, devemos nos concentrar naquilo em que concordamos, como a proteção das fronteiras".

O comissário europeu para as Migrações, Dimitris Avramopoulos, ressaltou nesta quinta-feira em Bruxelas que a UE prevê a criação de plataformas regionais de desembarque dos imigrantes resgatados no mar, mas assegurou que não se tratava de criar "Guantánamos para os imigrantes".

O presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou nesta quinta a "lepra que aumenta" na Europa, "o nacionalismo que renasce, a fronteira fechada proposta por alguns" e aqueles que "traem até mesmo o asilo".


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