Sobreviventes do ataque armado em fevereiro na Flórida advertiram que os tiroteios em escolas, como o que aconteceu nessa sexta-feira no Texas, continuarão a ocorrer caso não se tomem medidas para controlar a venda de armas nos Estados Unidos.
Dez pessoas morreram e pelo menos outras dez ficaram feridas quando um estudante atirou em uma escola secundária em Santa Fé, no sudeste de Houston. Este foi o vigésimo segundo tiroteio em um centro educacional nos Estados Unidos neste ano.
Os estudantes que sobreviveram ao ataque de 14 de fevereiro na cidade de Parkland, ao norte de Miami - que com 17 mortos foi um dos mais violentos da macabra lista de tiroteios nos Estados Unidos -, exigiram em um comunicado que este novo incidente "não seja varrido para debaixo do tapete".
"Tragédias como essas continuarão ocorrendo até que se tomem medidas", disseram os estudantes de Parkland em um comunicado publicado pela conta no Twitter da "Marcha por nossas vidas", um movimento que gerou grandes protestos nos Estados Unidos contra as armas em 24 de março.
"Este não é o preço da nossa liberdade", acrescentaram, referindo-se aos defensores de armas.
A mobilização contra as armas nascida em Parkland teve alcance nacional, mas as medidas políticas têm sido escassas para os ativistas. O estado da Flórida se apressou a permitir que alguns professores se armem para defender os estudantes, mas não dificultaram a venda de fuzis de assalto nem de carregadores de alta capacidade.
David Hogg, de 18 anos e um dos líderes do movimento, disse a seus colegas de Santa Fé: "Preparem-se para duas semanas de cobertura midiática sobre políticos que atuam como eles se importassem, quando na verdade tudo o que querem é aumentar sua aprovação para eleições de meio mandato", em novembro.
Hogg disse que terá um ano sabático antes de entrar na universidade para lutar por maior controle da venda de armas.
Hunter Pollack, irmão de Meadow, uma das 17 vítimas fatais do tiroteio em Parkland, escreveu aos estudantes no Texas: "Sei exatamente o que vocês estão sentindo agora, e isso me faz lutar mais por vocês".
O autor do tiroteio no Texas foi detido e identificado pela imprensa como Dimitrios Pagourtzis, de 17 anos e aluno da escola Santa Fé High School.