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Estado de Minas

Maduro e Falcón encerram campanha entre Maradona e Rubén Blades


postado em 17/05/2018 22:18

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e seu principal adversário, Henri Falcón, encerraram suas campanhas nesta quinta-feira (17) pedindo que as pessoas votem contra o boicote da oposição e prometendo tirar o país do fundo do poço econômico.

Estão convocados a votar 20,5 milhões dos 30 milhões de venezuelanos, mas analistas estimam que pode haver uma alta abstenção diante da decisão da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) de não participar do que qualifica de "fraude".

Os Estados Unidos, a União Europeia e vários países latino-americanos apoiam os questionamentos da oposição e anunciaram que vão desconhecer os resultados das eleições, antecipadas pela governista Assembleia Constituinte.

A campanha terminou marcada por uma ocupação de opositores na sede do serviço de Inteligência em Caracas, onde tomaram suas celas para exigir liberdade.

A empresa Datanálisis prevê um empate técnico entre Maduro e Falcón, mas outros institutos de pesquisa, como Delphos e Hiterlaces, apontam como favorito o presidente.

- Dançando com "o soldado" Maradona -

Maduro finalizou seus atos de campanha com uma concentração multitudinária na avenida Bolívar, no centro de Caracas, com um convidado surpresa: o veterano astro do futebol argentino Diego Armando Maradona.

O chefe de Estado socialista, que tenta a reeleição por seis anos, de 2019 a 2025, pisou no enorme palanque instalado para o ato acompanhado do ex-jogador de 57 anos, que dançava ao ritmo de um reggaeton agitando uma bandeira da Venezuela.

"Confiem em mim! Se vocês me dão seu voto e nos dão a vitória (...), juro que vou encabeçar grandes mudanças econômicas e vou fazer uma revolução econômica que sacudirá o mundo", prometeu Maduro em seu discurso.

A grave crise do país, com uma hiperinflação que chegará a 13.800% este ano, segundo o FMI, e severa escassez de alimentos básicos e medicamentos, abala a popularidade do presidente, embora ele se declare vítima de uma "guerra econômica" de seus adversários e governos como o dos Estados Unidos.

O herdeiro de Hugo Chávez (1999-2013), apesar da erosão sofrida, insiste em uma meta proposta em vida pelo falecido líder: conseguir 10 milhões de votos.

"Chova ou faça sol, haverá eleições presidenciais na Venezuela", insistiu Maduro diante dos pedidos internacionais de suspender o pleito, como fez mais de uma vez durante a campanha, assegurando que vão bater recordes de participação.

Declarado "soldado" do chavismo, Maradona erguia o punho direito efusivamente enquanto o presidente discursava para seus partidários.

Maduro, em sua imagem, apostava forte na personalidade de Chávez. Vestia camisa verde, com a bandeira venezuelana e uma foto do ex-presidente estampados em um dos lados.

- Caminhando ao som de Rubén Blades -

Falcón, enquanto isso, fez seu último comício antes das eleições em Barquisimeto, estado de Lara (oeste), seu antigo reduto político.

"A Venezuela tem um novo presidente, caralho!" - exclamou, vitorioso, o opositor, dissidente do chavismo, quando deixou o palanque, instalado em um bairro popular da cidade.

Ali, onde o aguardavam centenas de seguidores, ele construiu sua carreira como dirigente, com oito anos como prefeito de Barquisimeto (2000-2008) e nove como governador de Lara (2008-2017).

Ao fundo, tocava a canção 'Caminando', do panamenho Rubén Blades, enquanto Falcón afirmava que ultrapassaria o último grande obstáculo em seu caminho na política: a "abstenção".

O opositor se candidatou na contramão do boicote de seus companheiros da MUD, que lhe pedem constantemente para retirar sua candidatura.

Vestindo uma jaqueta com as cores da bandeira venezuelana (amarelo, azul e vermelho), Falcón disse ter fé em "que vamos votar maciçamente, como nosso país precisa".

Se for assim, assegurou referindo-se a Maduro e seus colaboradores, "têm que pegar sua malinha e vão embora".

Uma mulher subiu por alguns segundos no palanque para abraçar o candidato, que acena com a dolarização da economia. A hiperinflação corroeu os salários e o salário mínimo dá apenas para comprar um sanduíche e um refresco.

"Os militares, os professores, os funcionários públicos vão ganhar em dólares", prometeu a seus seguidores.

Um terceiro candidato, o pastor evangélico Javier Bertucci, encerrou na quarta-feira sua campanha em Valencia (estado de Carabobo, norte), com a promessa de uma "ajuda humanitária" dos Estados Unidos.


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