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Estado de Minas

Chanceler iraniano: Teerã espera obter 'marco claro para futuro do acordo nuclear'


postado em 13/05/2018 12:00

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, disse esperar que a viagem iniciada neste domingo (13) em Pequim permita "construir um marco claro para o acordo" nuclear, após a decisão dos Estados Unidos de se retirarem.

"Esperamos que, com esta visita à China e a outros países (Rússia e União Europeia), sejamos capazes de construir um marco futuro claro para o exaustivo acordo" firmado em 2015, declarou Zarif, que hoje se reúne com o chanceler chinês, Wang Yi.

De Pequim, aonde chegou neste domingo ao meio-dia, Zarif viajará para Moscou e, depois, para Bruxelas. Na Europa, reúne-se com seus homólogos de França, Alemanha e Grã-Bretanha.

"A razão crucial dessa visita é iniciar o diálogo com as nações que permanecem no acordo sobre o programa nuclear iraniano", acrescentou Zarif.

"Gracias a esta visita a China y a otros países, esperamos poder establecer un marco futuro claro para el acuerdo", dijo el ministro de Exteriores iraní, según una traducción en mandarín.

A China faz parte do grupo de seis potências - as cinco do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China) mais Alemanha - que assinaram o acordo com o Irã em 2015.

Este acordo histórico prevê a suspensão das sanções contra o Irã em troca do compromisso desse país de não fabricar uma bomba atômica.

A decisão dos Estados Unidos de se retirarem do acordo foi denunciada energicamente pela China.

"Estamos dispostos a ter discussões estratégicas oportunas com o Irã", declarou Wang Yi, na presença de Zarif.

"Estou convencido de que essas visitas permitirão aos outros países e à China compreender melhor a posição iraniana", acrescentou o chanceler chinês.

O ministro iraniano se mostrou mais prudente.

"Estamos prontos para qualquer possibilidade. Vamos ver como garantirão que os interesses do Irã sejam respeitados", afirmou Zafir, referindo-se aos países europeus signatários do acordo.

Antes da chegada de Zarif, o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang, afirmou que a China "deseja seguir em contato com todas as partes".

"A China é a primeira etapa das nações visitadas, porque ela e o Irã são sócios com vínculos muito amistosos, tanto em circunstâncias favoráveis quanto desfavoráveis", destacou Zarif.

Como primeiro sócio econômico da República Islâmica, Pequim lhe concedeu linhas de crédito e financiamento em massa para infraestrutura - um apoio crucial para compensar o impacto das sanções americanas.

Na sexta-feira, Zarif havia tuitado um comunicado do governo iraniano condenando "a administração extremista" de Trump e reafirmou que Teerã se preparava para retomar "o enriquecimento industrial" de urânio, "sem qualquer restrição", a menos que a Europa ofereça garantias sólidas de manter relações comerciais com o Irã.

Para los analistas, Irã está decidido a não baixar a cabeça nas próximas semanas.

"O Irã tem a oportunidade de mostrar ao mundo pela primeira vez que não é uma nação vilã, que negociou de boa-fé e respeitou seus compromissos", opinou Karim Emile Bitar, do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas.

Em Teerã, os diplomatas europeus criticam a retirada americana, apontando que poderá minar anos de meticuloso trabalho para recompor os vínculos comerciais e diplomáticos com a República Islâmica.

"Se a UE se mostrar complacente com os Estados Unidos, serão perdidos todos os avanços feitos desde 2015", disse à AFP um diplomata ocidental que pediu para não ser identificado.


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