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Estado de Minas

Agressor de Paris nasceu na Chechênia e estava fichado por radicalização


postado em 13/05/2018 11:36

Reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI), o ataque a faca que deixou um morto em Paris foi cometido por um francês de 20 anos nascido na Chechênia e que estava fichado por radicalização.

Segundo uma fonte judicial, o agressor, que foi abatido por disparos da Polícia logo após o ataque, é um francês nascido em novembro de 1997 na Chechênia, uma pequena república muçulmana da Federação da Rússia. Crescentemente islamizada, a rebelião separatista nesse país originou duas guerras desde o início dos anos 1990.

De acordo com a agência de notícias russa Ria Novosti, a embaixada da Rússia na França pediu às autoridades francesas "informações sobre a nacionalidade do agressor".

"Seu pai e sua mãe foram postos sob proteção policial no domingo pela manhã", disse uma fonte judicial à AFP, acrescentando que o jovem "não tinha antecedentes judiciais".

Seu nome constava, porém, no chamado arquivo "S" dos serviços de Inteligência franceses, informaram fontes ligadas à investigação, ainda sem explicar os motivos do ato.

Esse arquivo conta com o registro de mais de dez mil pessoas consideradas perigosas, metade das quais é islamista radical, ou pessoas suscetíveis de terem contatos com movimentos terroristas. Inclui ainda "hooligans" do futebol, ou membros de grupos de extrema esquerda, ou de extrema direita.

- Feridos estão fora de perigo -

Uma pessoa, de 29 anos, faleceu, e outras quatro ficaram feridas, vítimas das facadas do agressor que atacou aos gritos de "Allahu Akbar" (Alá é grande), segundo testemunhas. Os feridos, entre eles um luxemburguês de 34 anos, estão fora de perigo, declarou à noite o ministro francês do Interior, Gerard Collomb.

O grupo Estado Islâmico, que atacou a França várias vezes desde 2015, assumiu rapidamente a autoria do atentado.

"O autor desse ataque a faca em Paris é um soldado do Estado Islâmico, e a operação foi realizada em resposta aos apelos para tomar como alvo os Estados da coalizão", disse sua agência de propaganda, a Amaq.

"A França volta a pagar o preço do sangue, mas não cede um milímetro sequer frente aos inimigos da liberdade", reagiu no Twitter o presidente Emmanuel Macron.

O primeiro-ministro Edouard Philippe saudou "a excepcional reação das forças da Polícia", cuja intervenção permitiu evitar "um balanço maior".

A agressão aconteceu pouco antes das 21h (16h, em Brasília) no Segundo Distrito da capital francesa, perto da Ópera Garnier, um bairro turístico repleto de bares, restaurantes e teatros, muito frequentado no sábado à noite.

- 'Um ataque covarde e bárbaro' -

Perto do emblemático teatro da Ópera, as testemunhas do ataque relataram cenas de pânico.

"Ouvimos dois disparos, não sabíamos o que era. Vimos as pessoas que saíram correndo, e saímos correndo também", contou Sébastien, que estava na varanda de um café lotado, junto com dois amigos.

"Cruzamos com alguém que saía de um prédio e que disse ter visto o agressor degolando alguém. Várias pessoas se abrigaram no bar", acrescentou seu amigo Maxime.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que seguiu imediatamente para o local da agressão, afirmou: "Esta noite, nossa cidade foi ferida".

É "um ataque covarde e bárbaro que não pode ser reivindicado por nenhuma religião e que condenamos firmemente", disse a Grande Mesquita de Paris.

O último ataque letal ao país, em 23 de março passado, em Carcassonne, no sul do país, elevou para 245 o número de vítimas letais em atentados cometidos em solo francês desde 2015.

E não é o primeiro ataque a faca na França. Um ataque similar teve lugar em Marselha, no sudeste, em outubro de 2017.


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