(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Iraque realiza legislativas cruciais para sua reconstrução


postado em 12/05/2018 14:18

Os iraquianos foram votar neste sábado (12) para eleger um novo Parlamento, que terá de supervisionar a reconstrução de um país devastado após três anos de guerra contra o grupo Estado Islâmico (EI).

Cerca de 24,5 milhões de iraquianos eram esperados nas urnas para eleger 329 deputados. Os 8.443 postos de votação no Iraque fecharam as portas às 15h GMT (12h em Brasília).

Os primeiros números não oficiais divulgados pela imprensa local apontam uma participação de 40% a 80% na região autônoma do Curdistão iraquiano. Em Mossul, pela primeira vez desde a queda de Saddam Hussein há 15 anos, os eleitores teriam ido em massa votar.

Já no restante do país - sobretudo, em Basra (sul) -, estimativas não oficiais mostram uma participação em torno de 19%.

Na província de Diyala, "um policial foi morto", disse à AFP o general Mazhar al-Azzaoui, encarregado das operações nessa região.

"Outros cinco policiais ficaram feridos, um deles gravemente, quando oito obuses de morteiro e dois foguetes Katiucha caíram perto de um posto de votação na localidade de Abu Sida", acrescentou.

Em Mossul, antiga "capital" iraquiana dos extremistas no norte do país, Ali Fahmi, um jornalista de 26 anos, diz ter votado "para que a segurança e a economia se estabilizem".

Já Omar Abed Mohamed, um desempregado de 32 anos, quer "mudar os rostos de quem levou à destruição do país". A principal preocupação desse pai de família é "o desemprego entre os jovens", um problema que afeta um em cada cinco iraquianos com menos de 30 anos.

Em Qaraqosh, cidade cristã perto de Mossul, os eleitores manifestaram seu desejo de "estabilidade" e de deter o "êxodo" dos cristãos nessa localidade, à qual retornou apenas uma parte dos 50 mil habitantes que fugiram durante a ocupação do Estado Islâmico (EI).

Na capital, deserta, já que a circulação foi proibida em todo país neste dia de votação, a Polícia bloqueava as ruas que levam às seções eleitorais para evitar incidentes, depois de o EI ter ameaçado atacar durante as eleições.

Na abertura da escola Al-Amal, no bairro de Karrada, no centro de Bagdá, Sami Wadi, um aposentado de 74 anos, disse que iria votar para "impedir que aqueles que controlam o país desde 2003 fiquem no poder e para salvar o país do sectarismo religioso e da corrupção".

- Corrupção -

Em fevereiro, Bagdá obteve 30 bilhões de dólares em compromissos de seus aliados para reabilitar suas deficientes estruturas, mas o dinheiro pode acabar desaparecendo por causa do alto nível de corrupção no país.

"Votei em um candidato que nunca havia se apresentado. Espero que esses novos respondam aos desejos dos iraquianos que sofrem com a corrupção há 15 anos", disse Mohamed Jaafar, de 80 anos, na província de Diwaniyah, ao sul de Bagdá.

A votação aconteceu também em um contexto de tensão regional, tendo o Iraque como ponto de encontro de dois inimigos: Irã, que tem forte influência nos partidos xiitas que dominam a vida política iraquiana, e Estados Unidos, que desempenharam um papel militar crucial na vitória contra o EI, proclamada em dezembro.

Neste pleito, apresentaram-se 87 listas nas 18 províncias. As 329 cadeiras dos deputados serão atribuídas proporcionalmente ao número de votos, e os candidatos eleitos, em função de sua posição nas listas.

Um dispositivo de quase 900 mil policiais e militares foi mobilizado. As fronteiras e o espaço aéreo permanecerão fechados durante todo dia.

Os primeiros resultados oficiais devem começar a ser divulgados na terça-feira (15).

- Xiitas divididos, mas sem rivais -

É a primeira vez que os xiitas não se apresentam em uma lista comum, devido à luta pelo poder entre os homens fortes dessa comunidade, majoritária no Iraque.

Sua fragmentação não deve alterar, porém, o equilíbrio de forças intercomunitárias em um sistema político pensado para que nenhuma sigla tenha uma posição dominante. O objetivo é evitar o retorno à ditadura.

Pelo menos cinco listas xiitas estarão na briga: as do primeiro-ministro em final de mandato, Haider al-Abadi; a de seu antecessor, Nuri al-Maliki, que não digeriu sua derrota em 2014; e a de Hadi al-Amiri, que inclui os veteranos das Forças de Mobilização Popular, fundamentais na luta contra o EI.

Também figuram listas de representantes de duas estirpes de altos dignitários religiosos: Ammar al-Hakim, à frente da Hikma, e o líder populista Moqtada Sadr, que fechou uma aliança inédita com os comunistas.

Outra novidade: os curdos podem perder pelo menos uma dezena das 62 cadeiras da legislatura anterior.

Por último, a minoria sunita, que dominou o país até a queda de Saddam Hussein há 15 anos, deve continuar ocupando uma posição marginal.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)