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Estado de Minas

Inflação brasileira sobe em abril, mas menos que o esperado


postado em 10/05/2018 14:12

A inflação no Brasil subiu em abril 0,22% com relação a março, mas ficou abaixo das expectativas do mercado, reforçando a pressão por um novo corte na taxa de juros para tentar estimular o crescimento.

A alta do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgada nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi superior à de março (0,09%) e à abril de 2017 (0,14%).

O mercado esperava um aumento de 0,31%, segundo a última pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central (BC).

De janeiro a abril, o índice subiu 0,92% em comparação com 1,10% no mesmo período de 2017. É o menor para o período desde o lançamento do Plano Real contra a hiperinflação em 1994, segundo o IBGE.

No acumulado de 12 meses até abril, o aumento do IPCA alcançou 2,76%, mantendo-se abaixo do piso da meta anual de 3% estabelecido pelo BC, cujo centro é de 4,5%.

Os dados de abril "surpreenderam os agentes do mercado", principalmente pelo fraco aumento do preço dos alimentos (0,09%), que "esperávamos (...) um pouco mais alto", disse à AFP o economista Wellington Ramos, da consultoria Austin Rating.

Em abril, a maior alta dos preços foi registrada no setor de saúde (0,91%). O preço dos transportes permaneceu sem alteração.

O mercado prevê uma inflação de 3,49% nesse ano. Em janeiro, a expectativa era de 3,95%.

Em 2017, a alta dos preços foi de 2,95%. Foi um forte recuo após dois anos de recessão econômica combinada com altos índices de preços.

- Economia 'letárgica' -

A fraca inflação do Brasil levou o BC a reduzir em março sua taxa básica para 6,50%, sua baixa histórica. E a maioria dos analistas prevê uma nova redução, de 0,25 ponto (para 6,25%), na reunião que a instituição realizará na próxima quarta-feira.

Mas nos últimos dias surgiram dúvidas sobre a pertinência de um novo corte, em momentos em que o real sofre uma forte depreciação em relação ao dólar.

O dólar chegou a ser negociado na quarta-feira a 3,60 reais, seu maior preço desde maio de 2016.

A desvalorização do real poderia criar pressões inflacionários inesperadas, devido ao encarecimento dos produtos importados.

E uma nova queda dos juros, neste contexto, poderia frear a entrada de dólares, que buscariam ativos mais rentáveis e seguros que o Brasil.

Mas esses riscos não parecem imediatos, diante do baixo nível de inflação e de uma economia que está apática, segundo Ramos.

Com o crescimento "ainda baixo, bem menor do que muitos esperavam, a situação é ainda bem letárgica" e isso se reflete nos elevados índices de desemprego e no consumo, afirmou o economista.

O PIB do Brasil cresceu 1% em 2017. O governo prevê um crescimento de 3% neste ano, mas as expectativas do mercado pioraram nas últimas semanas: a estimativa é de 2,70% de expansão.

Já o desemprego se ampliou nos últimos três meses, chegando a 13,1% em março.


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