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Estado de Minas

OMC adverte que protecionismo ameaça o crescimento do comércio


postado em 12/04/2018 09:48

A escalada da tensão comercial entre as grandes potências econômicas mundiais e a ameaça de um retorno ao protecionismo aumentam o risco de comprometer o forte crescimento do comércio mundial, previsto para 4,4% este ano, advertiu o diretor geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo.

"O forte crescimento do comércio que observamos hoje será vital para manter o crescimento e recuperação econômica e para respaldar a criação de empregos", afirmou Azevêdo durante a divulgação das previsões da Organização Mundial do Comércio para 2018.

"No entanto, estes progressos importantes podem ser rapidamente comprometidos se os governos recorrerem a políticas comerciais restritivas, em particular no âmbito de um processo de medidas e contramedidas que poderia levar a uma escalada incontrolável", completou.

"Um ciclo de represálias é a última coisa que a economia mundial precisa", insistiu o diretor geral do organismo multilateral.

A OMC elevou de maneira considerável a previsão de crescimento do volume de comércio mundial para 2018, a 4,4% (com uma margem que vai 3,1% a 5,5%), contra a projeção anterior de 3,2%.

Contudo, estas previsões "não incluem a possibilidade de uma escalada dramática das restrições comerciais", revelou Azevêdo durante coletiva de imprensa. "Os riscos são altos".

- Prenúncio de guerra comercial -

Os Estados Unidos e a China estão envolvidos há um mês em um conflito comercial provocado pela decisão do governo de Donald Trump de impor taxas sobre as importações de aço e alumínio em nome da segurança nacional.

Vários países foram isentados, mas não a China. Em represália, Pequim anunciou uma série de medidas punitivas.

"Politicamente vemos o prenúncio de uma guerra comercial", mas "tecnicamente ainda não chegamos a este estágio, uma vez que um certo número de medidas anunciadas não foram aplicadas", declarou Azevêdo.

Segundo a OMC, alguns sinais indicam que a escalada das tensões comerciais já poderia afetar a confiança das empresas e decisões de investimentos.

"Uma fratura nas relações comerciais entre os principais protagonistas faria descarrilar a substancial recuperação dos últimos anos e arriscaria comprometer o emprego", advertiu Azevêdo, indicando que "os efeitos seriam mundiais".

A taxa de crescimento do comércio em 2017 foi de 4,7%. Trata-se da taxa mais elevada desde 2011, um crescimento ligado principalmente a fatores conjunturais, em particular o aumento das despesas em investimentos e consumo, segundo a OMC.

"O indicador mais recente da OMC sobre as perspectivas do comércio mundial evidenciou um aumento dos negócios superior à tendência durante o primeiro trimestre, e outros indicadores como os pedidos de exportação e o tráfego de contêineres permitem prever o início de uma recuperação", explica a organização.

Segundo a OMC, a boa saúde do comércio é "estimulada por um crescimento econômico mais forte em todas as regiões, estimulado pelo aumento dos investimentos e uma política orçamentária expansionista".

Em 2019, o crescimento do comércio deve alcançar 4%.

No entanto, a OMC também espera que a atividade econômica em 2019 sofra "a repercussão da escalada das restrições comerciais, o que poderia se traduzir em cenários mais negativos".

As previsões sobre o comércio da OMC baseiam-se em estimativas do PIB global, que foram revisadas em alta nos últimos meses.

Além do aumento do "sentimento anti-comércio" e da "maior propensão dos governos a recorrer a medidas restritivas ao comércio", a OMC alerta para "um aumento inesperado da inflação em um ou mais países".

Isso poderia levar as autoridades monetárias a elevar subitamente as taxas de juros e desacelerar o crescimento econômico, observa a OMC.


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