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Estado de Minas

Trump vai impor tarifas de US$ 50 bi a importações da China


postado em 22/03/2018 17:06

O presidente americano, Donald Trump, vai impor tarifas de cerca de 50 bilhões de dólares sobre produtos chineses importados, uma retaliação contra o suposto roubo de propriedade intelectual americana - anunciou a Casa Branca nesta quinta-feira (22).

Anunciando como a "primeira de muitas" ações comerciais, Trump assinou a ordem que também almeja restringir o investimento chinês nos Estados Unidos.

O anúncio fez os mercados de ações despencarem, com temores de que os Estados Unidos provocassem uma guerra comercial, já que a China prometeu retaliar.

Contudo, nesta quinta-feira, foi anunciada a isenção das tarifas - que entram em vigor nesta sexta-feira - a países como Brasil, Argentina, México e os integrantes da UE.

"Temos uma situação tremenda de roubo de propriedade intelectual acontecendo", disse Trump, quando assinou a nova ordem comercial.

O conselheiro econômico sênior da Casa Branca, Everett Eissenstat, afirmou à imprensa que as novas tarifas aduaneiras serão voltadas para setores industriais, nos quais "a China procurou adquirir vantagem por meio da aquisição injusta, ou da transferência forçada de tecnologia de empresas americanas".

O representante comercial americano (USTR) Robert Lighthizer deve divulgar nas próximas duas semanas uma lista proposta de produtos que seriam alvo das tarifas.

O vice-presidente Mike Pence afirmou que as novas medidas são apenas mais uma "promessa feita e cumprida pelo presidente Trump". A ação "deixa claro que a era da rendição econômica acabou", disse Pence.

Em Wall Street, com queda do índice industrial Dow Jones de cerca de 2% após o anúncio, mas se recuperou pouco após as 18H00 GMT (15H00 de Brasília).

- Fracassos anteriores -

A medida também pede para o Tesouro nacional desenvolver novas propostas que ampliem as salvaguardas em investimentos que podem comprometer a segurança nacional americana.

Além disso, o USTR vai mover ações contra a China na Organização Mundial de Comércio (OMC) - um organismo criticado por Trump e seus funcionários -, acusando Pequim de impedir o licenciamento livre de tecnologia de empresas americanas na China.

Funcionários da Casa Branca anunciaram na quinta-feira as ações arremataram anos de esforços para encorajar a China a dar fim às alegadas práticas desleais por meio de negociações.

"Esses diálogos fracassam nos governos Bush e Obama", afirmou o conselheiro comercial da Casa Branca Peter Navarro à imprensa.

Navarro disse que Trump tinha se esforçado para encorajar Pequim a cooperar com as súplicas americanas de abrir os mercados chineses e dar fim a práticas injustas, convidando o presidente Xi Jinping aos Estados Unidos e viajando à Ásia ele próprio em novembro.

"O problema é que, com os chineses, neste caso, a conversa não foi barata, foi muito, muito cara, e finalmente o presidente decidiu que precisávamos seguir em frente".

Conforme Trump avançou em direção ao confronto, Pequim alertou várias vezes que guerras comerciais não beneficiam ninguém e que a China não ficaria parada diante de novas medidas punitivas de Washington.

A indústria americana, e o setor agropecuário em particular, bem como integrantes do Partido Republicano, expressaram preocupações excepcionais de que as medidas de Trump possas despertar medidas de retaliação e prejudicar as exportações americanas.

- Proteger-se -

Mas Navarro disse à imprensa que a China se beneficiou muito mais com as relações comerciais com os Estados Unidos que o contrário, o que significa que pode ser difícil para Pequim retaliar.

Em depoimento ante um comitê do Senado antes do anúncio, Lighthizer disse que as áreas para aplicar as novas tarifas deveriam ser justamente os setores em que o planejamento econômico de Pequim indica uma visão de dominação mundial.

Elas incluem equipamentos aeroespaciais e aeronáuticos, equipamentos de transporte marítimo e ferroviário, veículos de novas energias, equipamentos agropecuários e produtos médicos avançados.

"Em cada um desses, eles dizem que querem ser o mais autossuficientes em dois ou três anos e basicamente dominante mundialmente em 2025", disse Lighthizer.

"Em algumas áreas, você só tem que se proteger deles, para que eles não fiquem em uma posição na qual a indústria americana seja dizimada por eles".


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