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Estado de Minas

Em 2000, Alberto Fujimori renunciou e Congresso em seguida o destituiu


postado em 22/03/2018 15:12

Em 21 de novembro de 2000, o Congresso peruano destituiu Alberto Fujimori por "incapacidade moral permanente", marcando o auge de uma crise política rocambolesca, depois que o presidente renunciou no Japão, para onde havia fugido.

O estopim foi a difusão por um canal a cabo, em 14 de setembro, de um vídeo que mostrava o chefe dos serviços de Inteligência de Fujimori, Vladimiro Montesinos, subornando um parlamentar opositor para que se unisse à bancada governista.

Segundo o primeiro-ministro da época, Federico Salas, Montesinos, que foi impelido a renunciar após a divulgação do vídeo, ameaçou Fujimori com um golpe de Estado.

Em 16 de setembro, Fujimori, que havia sido reeleito há apenas quatro meses, anunciou a convocação de novas eleições legislativas e presidenciais, às quais não se apresentaria, causando um espanto generalizado. Também dissolveu os serviços de Inteligência.

Montesinos, que partiu em 24 de setembro para o Panamá para pedir asilo, retornou ao Peru um mês depois. Fujimori liderou pessoalmente a busca feita "dia e noite" para encontrá-lo "a fim de tranquilizar o país de que não estava preparando coisa alguma". Montesinos foge, transitando por vários países do Caribe.

Duas semanas depois, Fujimori, em uma viagem não programada a uma cúpula econômica em Brunei, foge ao Japão, país de origem de seus pais, e do qual tem a nacionalidade. Em 19 de novembro, envia sua renúncia à Presidência por fax de um hotel de Tóquio.

O presidente do Congresso coloca em prática o mecanismo para aprovar a renúncia, mas a oposição inicia um processo de destituição.

É imputado a ele o fato de ter abandonado o país para anunciar sua renúncia, assim como suas relações com Montesinos, acusado de corrupção depois de ser revelado que possuía contas em bancos suíços de milhões de dólares.

Em 21 de novembro, depois de um debate de mais de 12 horas, o Congresso decide destituir Fujimori "por incapacidade moral permanente", e ele é proibido de se apresentar como candidato.

Em 22 de setembro de 2007, após sete anos, o ex-chefe de Estado foi extraditado do Chile, onde havia chegado em 2005.

Em 2009, foi condenado a 25 anos de prisão por sua responsabilidade em dois massacres executados em 1991-1992 por um esquadrão da morte encarregado da luta contra a guerrilha maoísta Sendero Luminoso.

Em dezembro de 2017, hospitalizado, foi beneficiado de um polêmico indulto humanitário concedido por Pedro Pablo Kuczynski, que na quarta-feira renunciou à Presidência do Peru.


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