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Estado de Minas

Começa evacuação de Ghuta Oriental, onde bombardeios prosseguem


postado em 22/03/2018 12:12

Centenas de civis e de combatentes rebeldes começaram a deixar Ghuta Oriental nesta quinta-feira (22), pela primeira vez desde o lançamento da ofensiva do regime sírio, determinado a recuperar este reduto insurgente nas proximidades de Damasco.

A bordo de ônibus brancos, mais de mil pessoas, incluindo 237 combatentes, deixaram o setor rebelde de Harasta, ao leste da capital, no final desta manhã, segundo a televisão estatal síria.

"Os ônibus estão estacionados na linha divisória" entre os territórios rebeldes e os do governo, segundo uma fonte militar, indicando que "eles devem ir para a província de Idleb" (noroeste), a última que ainda escapa inteiramente ao controle do regime.

Quase 2.000 pessoas, incluindo 700 combatentes, devem deixar Harasta nesta quinta, de acordo com outra fonte militar.

O governo sírio e seu aliado russo concluíram um acordo com o grupo rebelde islamita Ahrar al-Sham para evacuar Harasta, o menor e menos povoado dos três bolsões rebeldes que ainda resistem em Ghuta Oriental.

Mas os ataques aéreos do regime e fogo de artilharia continuavam em outras localidades e mataram 20 civis, incluindo 16 em Zamalka, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Um correspondente da AFP no local viu grandes nuvens de fumaça dos edifícios atingidos.

Já os rebeldes dispararam bombas e foguetes em Damasco, e quatro pessoas morreram na capital, segundo a televisão estatal.

Em Harasta, as operações de evacuação começaram no final da manhã, com várias horas de atraso, e podem durar vários dias, segundo o porta-voz do Ahrar al-Sham, Munzer Fares.

No total, cerca de 1.500 combatentes e 6.000 membros de suas famílias devem deixar Harasta, de acordo com a agência oficial de notícias síria Sana.

Em mais de um mês de bombardeios aéreos e combates terrestres, o regime do presidente Bashar Al-Assad recuperou mais de 80% do território deste enclave rebelde.

Desde o início da ofensiva, em 18 de fevereiro, mais de 1.500 civis morreram, segundo o OSDH.

"Harasta foi completamente destruída, a situação dos habitantes é dramática", declarou à AFP o chefe do conselho rebelde local, Hossam al-Beirut.

"Esta semana, metade das famílias não tinha nada para comer. As doenças estão causando estragos nos porões", onde as pessoas vivem escondidas para escapar dos bombardeios do regime, lamentou.

- Milhares de deslocados -

A evolução em Ghuta lembra o que aconteceu em outras fortalezas rebeldes recuperadas nos últimos anos pelo governo, inclusive na cidade de Aleppo (norte) no final de 2016.

Ao final de intensos bombardeios e de cercos asfixiantes, os insurgentes dessas localidades e os civis que os apoiavam foram colocados em ônibus, na direção de Idleb. A Anistia Internacional denunciou o deslocamento forçado de populações.

Multiplicando as vitórias contra os rebeldes, mas também contra os extremistas, Assad, apoiado por seus aliados Rússia e Irã, já reconquistou mais da metade da Síria.

Em Ghuta, a ofensiva do regime fez mais de 80.000 deslocados no total.

Somente nesta quinta-feira, mais de 4.000 civis deixaram a grande cidade rebelde de Duma, segundo o OSDH.

Esses civis não tiveram outra escolha a não ser ir para os locais controlados pelo governo, apesar do medo de retaliação.

Deflagrada em 2011 pela repressão sangrenta de manifestações pró-democracia, a guerra na Síria deixou mais de 350.000 mortos e forçou milhões de sírios ao exílio.

Ao longo dos anos, o conflito evoluiu para uma guerra complexa, envolvendo múltiplos personagens que lutam em várias frentes, às vezes com a intervenção direta de potências estrangeiras.

No noroeste, o Exército turco lançou em 20 de janeiro uma ofensiva para expulsar a milícia curda Unidades de Proteção do Povo (YPG) de suas fronteiras, assumindo o controle total do enclave de Afrin. Mais de 250.000 civis fugiram do avanço das forças turcas, de acordo com o OSDH.


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