O candidato à presidência da Venezuela Henri Falcón declarou nesta terça-feira que a abstenção defendida pela maioria dos partidos de oposição é o principal obstáculo para se vencer o presidente Nicolás Maduro nas eleições de 20 de maio.
"Não tem qualquer utilidade promover a abstenção. É irracional", assinalou o dirigente opositor em um comício no qual apresentou sua equipe de campanha.
Citando o acadêmico chileno Fernando Mires, Falcón - um militar dissidente do chavismo - avaliou que o boicote promovido pela coalizão de partidos opositores Mesa da Unidade Democrática (MUD) equivale a uma "imolação coletiva".
"Se a abstenção vencer, não haverá mais eleições na Venezuela, legítimas ou fraudulentas".
Falcón se candidatou contrariando a decisão da MUD, da qual faz parte, que boicota a votação por considerá-la uma "fraude" para perpetuar Maduro no poder.
"A abstenção é um elemento perturbador" quando segundo as pesquisas 80% dos venezuelanos reprovam Maduro e 73% estão dispostos a votar.
"A questão é eleições ou nada, e agora é o nada que precisamos vencer", disse Falcón, que ser for eleito promete dolarizar a economia para deter a hiperinflação, que o FMI projeta em 13.000% para 2018, em meio a uma severa crise de abastecimento.