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Estado de Minas

Serguei Skripal, de ex-agente duplo a suposta vítima de envenenamento


postado em 06/03/2018 15:12

Durante quase 10 anos, Serguei Skripal transmitiu aos Serviços Secretos britânicos informações sobre o Exército russo, até que foi desmascarado e após alguns anos pôde chegar à Inglaterra graças a uma troca de espiões.

Agora a Polícia investiga sua exposição a uma substância desconhecida que o deixou inconsciente em um banco da cidade inglesa de Salisbury, o que motivou os meios de comunicação relacionarem o incidente ao caso de Alexander Litvinenko, um ex-espião que morreu por envenenamento com polônio em 2006.

O ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson, advertiu nesta terça-feira (6) que Londres responderá de forma "contundente" se for confirmado que houve algum Estado por trás do suposto envenenamento.

O homem, de 66 anos, está hospitalizado "em estado crítico" desde domingo, quando foi encontrado junto com sua filha, Yulia, perto de um centro comercial.

- Carreira de agente duplo -

Serguei Skripal desenvolveu uma longa carreira no GRU, os Serviços de Inteligência do Exército russo, até que ascendeu ao posto de coronel. Em 1999 passou para o Ministério russo das Relações Exteriores, onde ficou quatro anos, até se tornar professor da Academia Militar-diplomática do Ministério da Defesa.

Sua posição privilegiada chamou a atenção dos Serviços de Inteligência britânicos, que o recrutaram em 1995, segundo suas declarações à Justiça russa.

A partir desta data, e até sua prisão em 2004, forneceu a identidade de dezenas de agentes secretos russos que operavam na Europa, assim como informações relativas às unidades militares russas e seu estado de preparação para o combate.

Em troca, teria recebido 100 mil dólares por meio de uma conta bancária na Espanha.

- Inédita troca de espiões -

Skripal se declarou culpado durante seu julgamento. Foi condenado em agosto de 2006 a 13 anos de detenção em um centro de segurança máxima e perdeu o título de coronel.

Em 2010, a espetacular prisão nos Estados Unidos de 10 agentes russos "adormecidos" colocou Serguei Skripal novamente em cena.

Esses 10 agentes foram trocados por Skripal e outros três condenados no intercâmbio mais importante desde o fim da Guerra Fria. Depois se refugiou na Inglaterra, onde vivia discretamente.

- A pista russa -

O Kremlin assegurou nesta terça-feira não ter "nenhuma informação". "Vocês sabem o porquê estava no Ocidente. Foi resultado de ações e decisões. Não vou voltar ao tema. E agora observamos que ocorreu uma situação trágica", disse à imprensa um porta-voz de Vladimir Putin.

Mas as revelações sobre um possível envenenamento recordaram o caso Litvinenko, o ex-agente dos Serviços Secretos russos (FSB) e opositor a Vladimir Putin envenenado em 2006 em Londres com polônio-210, uma substância radioativa extremamente tóxica.

Uma investigação realizada no Reino Unido apontou para as autoridades russas, concluindo que "provavelmente" Putin havia "aprovado" o assassinato do ex-espião. A acusação foi considerada uma "piada" pelo governo russo.

No caso de Skripal, "não representava um perigo para a Federação da Rússia", assegurou o ex-agente secreto e agora deputado Andrey Lugovoy, o qual a Polícia britânica considera suspeito de ter envenenado Litvinenko junto com Dimitri Kovtun.

Citado pela agência Interfax, Dimitri Kovtun denunciou "uma provocação dos Serviços Secretos britânicos para desacreditar as autoridades russas antes das eleições presidenciais" russas, em 18 de março.

"É pouco provável que os Serviços Secretos desejassem matá-lo. Não era ninguém. Diferentemente de Litvinenko, com quem era possível criar um escândalo político muito sério, como aconteceu", considera Alexander Mijailov, general da reserva do FSB.

Ocorrida em 1º de novembro de 2006, a morte de Alexander Litvinenko provocou uma grave crise diplomática entre Moscou e Londres.


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