A Polícia antiterrorista francesa prendeu o ex-guerrilheiro chileno Ricardo Palma Salamanca, condenado à prisão perpétua pelo assassinato, em 1991, do senador Jaime Guzmán, considerado o máximo ideólogo da ditadura de Augusto Pinochet.
Este ex-membro da Frente Patriótica Manuel Rodríguez (FPMR), de esquerda, que estava "de passagem pela França", foi detido na quinta-feira à noite em virtude de uma ordem de prisão, indicou uma fonte próxima à investigação.
Palma Salamanca será apresentado este sábado ante a Procuradoria-Geral do tribunal de apelações de Paris, que irá notificá-lo do pedido de prisão, emitido pelo Chile, antes de se encontrar com o juiz que vai decidir sobre sua eventual detenção e extradição, assinalou uma fonte judicial.
Ricardo Palma Salamanca, de 48 anos e conhecido como "El Negro", foi condenado a uma pena de prisão perpétua no Chile pelo assassinato em abril de 1991 do senador de direita Jaime Guzmán, considerado o máximo ideólogo da ditadura Pinochet (1973-1990) e fundador do direitista União Democrata Independente (UDI)
Mas em 1996, dois anos depois de estar atrás das grades, fugiu de uma prisão de segurança máxima de Santiago a bordo de um helicóptero junto com outros três dirigentes do movimento revolucionário.
Não se sabia nada dele até junho passado, quando seu companheiro de guerrilha Raúl Escobar foi detido por um sequestro no México. Palma Salamanca teria organizado com ele um grupo de sequestradores na localidade mexicana de San Miguel de Allende.
O ministro chileno do Interior, Mario Fernández, assinalou que a representação diplomática em Paris "confirmou que houve a detenção" de Palma Salamanca nesse país.
Outros ex-guerrilheiros assinalados como autores do assassinato de Guzmán participaram da fuga de 1996, entre eles Mauricio Hernández Norambuena, outro dirigente do FPMR.
O assassinato de Guzmán aconteceu em uma emboscada a seu carro quando saía das aulas que ministrava na Universidade Católica em Santiago, em 1991, um ano após o fim da ditadura de Pinochet.