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Estado de Minas

Morte e devastação no 5º dia de ataques contra reduto rebelde sírio


postado em 09/02/2018 13:36

Após uma breve pausa, os ataques do governo sírio foram retomados nesta sexta-feira (9) sobre o território rebelde da Ghuta Oriental, no quinto dia de uma campanha aérea que deixou mais de 220 mortos e voltou a expor a impotência da comunidade internacional em relação a esse conflito.

Cerca de 400 mil moradores se encontram sitiados nessa localidade, em condições bastante precárias.

Desde segunda-feira, milhares de famílias se refugiaram em abrigos improvisados, enquanto médicos e socorristas estão sobrecarregados pelo grande fluxo de vítimas em meio aos balanços diários de dezenas de mortos e feridos. Entre as vítimas, há várias mulheres e crianças.

Apesar da violência devastadora, os membros do Conselho de Segurança da ONU não conseguiram, na quinta-feira, formalizar seu apoio a uma trégua humanitária reivindicada pelas agências da ONU para permitir a entrega de ajuda de urgência.

Aproveitando uma calma que durou apenas algumas horas, habitantes de Duma e de Hammuriye saíram de suas casas para limpar as calçadas. Outros tentaram salvar o que era possível, no meio da destruição. E alguns tentavam renovar os estoques de mantimentos em casa, comprando o que fosse possível nos mercados locais.

De repente, no meio da manhã, anúncios nos alto-falantes das mesquitas alertaram para os ataques: "um avião no céu. Evacuem as ruas".

Logo depois, dois bombardeios atingiram a localidade de Arbin, onde cerca de 20 civis morreram na véspera.

Desde segunda-feira, 229 civis - incluindo 58 crianças - morreram na chuva de disparos de artilharia por parte do governo sobre Ghuta Oriental, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Centenas de pessoas ficaram feridas. Na quinta-feira, 75 civis morreram, entre eles os que não resistiram aos ferimentos.

Segundo a CARE International, os ataques dificultam a missão das organizações locais, sobretudo, o acesso aos que precisam de cuidados médicos.

"Nossos parceiros têm muita dificuldade de se deslocar no terreno. Então, como podem ter acesso às pessoas vulneráveis?", questionou Joelle Bassoul, responsável pela área de comunicação para a Síria nesta ONG.

"Se não houver um cessar-fogo, se tudo isso não for compreendido, não podemos imaginar a amplitude da catástrofe humanitária" que está por vir, completou.

Segundo a Save the Children, mais de 4.000 famílias em Ghuta Oriental vivem em cavas e em bunkers.

"As crianças estão famintas, bombardeadas e presas. O cerco significa que elas não têm para onde fugir", afirma a ONG.

- Divergências entre EUA e Moscou -

A multiplicação de protagonistas, as divisões internacionais e o aumento da potência dos extremistas minaram os esforços por um acordo pelo fim deste conflito que já deixou mais de 340.000 mortos e colocou milhões de pessoas nas ruas.

Os Estados Unidos, hostis ao governo de Bashar al-Assad, e a Rússia, aliada de Damasco, voltaram a manifestar suas diferenças no que se refere uma trégua humanitária: a favor, no caso dos EUA, e "irrealista", na visão de Moscou.

Além disso, enfrentaram-se também em outro front, depois que a coalizão internacional liderada pelos EUA disse ter matado pelo menos 100 combatentes pró-governo ontem no leste da Síria. Segundo os americanos, a ofensiva aconteceu em represália a um ataque contra seus aliados.

Moscou denunciou ataques "criminosos".

Os bombardeios foram lançados na província de Deir Ezzor "em legítima defesa", rebateu o secretário americano da Defesa, Jim Mattis.


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