O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, recebeu no sábado (20) em Bagdá o chefe do governo local curdo, Nechirvan Barzani, pela primeira vez desde a fracassada tentativa secessionista da região autônoma.
Desde a realização no final de setembro de um referendo de independência do Curdistão iraquiano, Bagdá intensificou as medidas de represália, principalmente ordenando um bloqueio aéreo até o final de fevereiro dos dois aeroportos curdos.
O primeiro-ministro iraquiano enviou igualmente tropas para recuperar o conjunto das zonas que eram disputadas por Bagdá e Erbil, deixando os curdos, em plena crise econômica, sem os imensos campos petroleiros e seus valiosos rendimentos.
Depois de vários meses de desavenças, Erbil e Bagdá retomaram o diálogo nestas últimas semanas, com várias visitas de responsáveis curdos, entre eles um ministro, à capital iraquiana.
No sábado, Barzani, acompanhado de seu vice-primeiro-ministro e do chefe de gabinete do ex-presidente curdo Massoud Barzani, "discutiram a situação política e de segurança, e as maneiras de solucionar as diferenças" com Abadi, indicou o gabinete deste último.
Abadi, que rejeitou firmemente o referendo, no qual o "sim" ganhou amplamente, insistiu na "unidade do Iraque" e "na importância de restabelecer as autoridades centrais no Curdistão, principalmente nos aeroportos e nos postos fronteiriços".
Bagdá quer retomar o controle dos três postos fronteiriços entre Irã e Iraque situados no Curdistão, assim como o de Fishkhabur, na fronteira dos territórios iraquiano, sírio e turco, pelo qual passa o oleoduto iraquiano que leva ao porto turco de Ceyhan.
Barzani viajará no sábado para o Irã, que também se opôs à independência do Curdistão.