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Estado de Minas

Segundo turno incerto entre esquerda e direita no Chile


postado em 15/12/2017 17:16

O ex-presidente de direita Sebastián Piñera e o governista de esquerda Alejandro Guillier disputam este domingo a Presidência do Chile em um segundo turno sem favoritismo.

Após o primeiro turno, que deixou nas mãos dos eleitores da Frente Ampla (FA, esquerda radical) a chave da vitória no segundo turno, poucos no Chile se atrevem a prever quem será o sucessor da socialista Michelle Bachelet a partir de 11 de março no Palácio de la Moneda.

As eleições de domingo, para as quais estão convocados 13,4 milhões de chilenos, estão cercadas de "um dos maiores graus de incerteza desde o retorno da democracia", disse o diretor do Centro de Análises da Universidade de Talca, Mauricio Morales.

Depois do fracasso das pesquisas no primeiro turno, quando algumas empresas de análise davam como certa a vitória de Piñera, os chilenos "praticamente não contam com informação crível, ou confiável, das pesquisas de opinião que permitam prever o resultado", indica o analista.

A última análise data de 1º de dezembro e dava um empate técnico entre os candidatos, e 21,4% não sabia em quem votar.

"Não sei em quem vou votar. Os dois personagens são muito nefastos, mas um vai retroceder mais que o outro", afirma Emilia Moya, estudante de Jornalismo da Universidade do Chile, resumindo a encruzilhada de muitos chilenos. Trata-se de eleger entre o "retrocesso", que em sua visão Piñera representa, e o "mal menor" encarnado por Guillier.

- Alianças -

Piñera, de 68 anos, que obteve no primeiro turno 36,6% dos votos (muito abaixo do esperado), somou o apoio do pinochetista José Antonio Kast (7,9% dos votos) e do popular senador Manuel José Ossandón, o que dificulta suas pretensões de modernizar a direita e dar uma guinada ao centro.

Após insultar a gratuidade universitária impulsionada por Bachelet, a qual Guillier pretende ampliar, o ex-presidente, que governou o Chile entre 2010 e 2014, anunciou que manterá os benefícios que atualmente 260.000 estudantes gozam, e os ampliará para os de formação profissional mais pobres.

Guillier, de 64 anos, com 22,7% dos votos no primeiro turno, recebeu o apoio da atual Nova Maioria governante de centro esquerda, e de outros perdedores da esquerda no primeiro turno, embora não o da Frente Ampla, que deu liberdade de voto aos seus partidários.

Não obstante, depois do anúncio da candidata à Presidência Beatriz Sánchez (20%) nos últimos dias, os carismáticos líderes da Frente Ampla Gabriel Boric e Giorgio Jackson também disseram que votarão em Guillier.

Guillier prometeu dar continuidade ao legado de reformas empreendido por Bachelet.

- Participação -

"A eleição vai depender da quantidade de pessoas que for votar", diz o cientista político Rodrigo Osorio, da Universidade de Santiago.

Com 55% dos votos recebidos pela esquerda no primeiro turno, quando apareceu fragmentada em seis candidaturas, o popular jornalista de televisão, que foi para a política há quatro anos depois de se tornar senador pela região de Antofagasta (norte), tem margem para crescer.

Em um país com voto voluntário, "quanto maior for a participação, mais fácil será para Guillier ganhar", declara Osorio, que espera que o comparecimento não seja inferior ao de 19 de novembro (46,7%).

Na véspera, em seu último dia de campanha, Guillier falou diante de 5.000 pessoas, em frente a La Moneda, e contou com o apoio do ex-presidente uruguaio José "Pepe" Mujica, que continua tendo um papel importante entre a esquerda latino-americana.

Piñera, em um teatro da cidade e diante de 3.000 pessoas, recebeu o apoio em mensagens gravadas de vários ex-presidentes, como o espanhol José María Aznar, os colombianos Andrés Pastrana e Alvaro Uribe, e o mexicano Felipe Calderón.

- Sem maioria no Congresso -

Mas independentemente de quem ganhar no domingo, não terá maioria no Congresso. Nas eleições parlamentares, realizadas em paralelo com o primeiro turno, estreou um novo sistema proporcional de eleição, que deixou uma configuração totalmente fragmentada.

"Seja quem for o presidente, terá um Congresso em minoria e precisará fazer coalizões" com outros grupos parlamentares, disse Osorio, que acredita que nesse sentido Guillier teria mais facilidade do que Piñera.

- Ciclo econômico em alta -

Não obstante, o futuro morador de La Moneda terá a Economia a sua frente. Depois de nos últimos quatro anos o país crescer uma média de 1,8%, o último relatório da Cepal vaticina uma expansão de 2,8% para o ano que vem, devido à recuperação do preço do cobre, do qual o Chile é o principal produtor mundial.


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