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Estado de Minas

Oposição no Peru pede renúncia de presidente Kuczynski por caso Odebrecht


postado em 14/12/2017 20:40

O partido de oposição que controla o Congresso no Peru, Força Popular, pediu nesta quinta-feira a renúncia do presidente Pedro Pablo Kuczynski, por "provas concretas de atos de corrupção" que o vinculam à construtora Odebrecht, que teria assessorado por quantias milionárias inclusive quando era ministro.

"É evidente que sua permanência no máximo cargo da nação é insustentável", disse porta-voz da bancada parlamentar, Daniel Salaverry.

"Aqui o que o povo peruano exige é que o presidente renuncie e que se dê uma transição constitucional para que o vice-presidente da República assuma a presidência do Peru", declarou.

O ultimato virtual agrava a complicada situação do presidente, depois de a Odebrecht ter reconhecido na quarta-feira que pagou quase 5 milhões de dólares por assessorias de empresas vinculadas a ele entre 2004 e 2013.

Durante parte desse período, Kuczynski foi ministro da Economia e também presidente do Conselho de Ministros do mandatário Alejandro Toledo (2001-2006), a quem a Odebrecht garante que pagou 20 milhões de dólares em troca da concessão de uma rodovia.

A construtora brasileira, envolvida o escândalo pelo pagamento de subornos em troca de obras públicas na América Latina, admite que desembolsou 29 milhões de dólares sob esta modalidade no Peru entre 2005 e 2014.

Os pedidos formais de renúncia presidencial chegam antes de Kuczynski completar a metade de seu mandato de cinco anos, que conclui em julho de 2021.

Uma possível destituição ou renúncia abriria caminho a eleições antecipadas no no que vem.

Em novembro, Kuczynski tinha negado os vínculos com a construtora brasileira, depois que o ex-diretor-executivo da empresa, Marcelo Odebrecht, disse aos promotores peruanos que o contratou para uma consultoria privada.

Mas no último sábado, Kuczynski admitiu na rádio RPP que realizou uma consultoria por meio da empresa First Capital - empresa de um ex-sócio - para o projeto H2Olmos, um consórcio integrado pela Odebrecht.

Na quarta-feira, Kuczynski se reuniu com o gabinete e mudou sua posição, decidindo comparecer diante de uma comissão investigadora.

"Entregaram à imprensa informação de pagamentos feitos pela Odebrecht, dando a entender que seriam honorários pagos a minha pessoa. Diante disto (...) decidi me reunir com esta comissão", disse o presidente à rádio RPP.

"A renda que obtive como profissional está registrada e tributada. Não há nada irregular".

"São quase 5 milhões de dólares que o atual presidente da República teria recebido através das empresas mencionadas", destacou a deputada Rosa Bartra, da Força Popular, na quarta-feira.

O escândalo Odebrecht no Peru já levou à prisão preventiva do ex-presidente Ollanta Humala (2011-2016) e de sua mulher. Eles teriam recebido 3 milhões de dólares para a campanha eleitoral de forma irregular.

A Justiça peruana também solicitou a extradição do ex-presidente Alejandro Toledo, dos Estados Unidos, por envolvimento no caso.


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