Os fãs de Johnny Hallyday se despediram neste sábado na Champs-Élysées de Paris em uma enorme e emotiva homenagem ao roqueiro que durante mais de meio século foi "parte da França".
O cantor, que faleceu na quarta-feira, aos 74 anos, por conta de um câncer, foi "uma parte de nós, uma parte da França", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, diante de uma multidão de fãs.
Hallyday "era muito mais que um cantor, era a vida", acrescentou o presidente acompanhado por sua esposa, Brigitte.
A esposa do cantor, Laeticia, e suas duas filhas estavam na primeira fila, ao lado de muitas personalidades francesas, como os ex-presidentes Nicolas Sarkozy e François Hollande, e os atores Jean Reno e Marion Cotillard, que depois participaram de uma cerimônia religiosa na majestosa Igreja de la Madeleine.
As lágrimas de Cotillard ilustraram a tristeza da França, comparável à provocada pela morte de Edith Piaf, em 1963.
Mais cedo, o carro fúnebre percorreu, cercado por centenas de motociclistas, a Avenida Champs-Élysées, onde muitos fãs de todos os cantos do país se reuniam desde o início da manhã.
Os fãs cantaram suas músicas em um show ao vivo feito pelos músicos do cantor.
"Obrigado, Johnny", afirmava uma mensagem na Torre Eiffel desde sexta-feira à noite.
Hallyday anunciou em março que sofria de um câncer de pulmão, mas esperava poder voltar a se apresentar e preparava um novo álbum.
Vendeu mais de 100 milhões de exemplares de seus 50 discos e muitas de suas canções fazem parte da cultura popular. Mas, além disso, contava com um carinho incondicional de seus fãs, graças ao seu carisma e sua proximidade com eles, nítida a cada vez que subia no palco.
Se impôs com o passar do tempo e das modas, encarnando a imagem de "bad boy" e com um ideal de liberdade.
Mas seu sucesso nunca ultrapassou a fronteira do idioma, já que não era muito conhecido além do mundo francófono.
Sua vida pessoal esteve marcada por altos e baixos, e pelos episódios polêmicos. Se casou cinco vezes - duas delas com a mesma mulher - e tentou se matar.
Foi criticado quando se mudou para a Suíça e Los Angeles, alegando que os impostos na França eram altos demais.
O corpo de Hallyday será transferido no domingo para a ilha caribenha de St. Barth, onde tinha uma casa, para ser enterrado na segunda-feira, para a tristeza de muitos de seus fãs.