O líder das negociações de paz do governo colombiano com o ELN, Juan Camilo Restrepo, entregará seu cargo em janeiro, quando vence a primeira trégua bilateral acertada com esta guerrilha, cada vez mais cética em relação à manutenção de um cessar-fogo.
Sua substituição permitirá a renovação da equipe que está à frente das difíceis negociações em Quito com o Exército de Libertação Nacional (ELN), o último grupo rebelde ativo reconhecido pelo governo, anunciou o presidente Juan Manuel Santos.
Designado em outubro de 2016, Restrepo, 71 anos, entregará o cargo para cuidar de questões particulares.
"Considero que meu ciclo à frente da equipe negociadora com o ELN está se encerrando. Estou há um ano e meio nestas negociações, que não são fáceis; mas onde obtivemos progressos", declarou Restrepo à Rádio Caracol.
"Vamos renovar a equipe e continuar o processo para ver se podemos manter o cessar-fogo e continuar com esta negociação", declarou Santos.
Nesta segunda-feira, o ELN) alertou, mais uma vez, para que a continuidade do cessar-fogo acertado com o governo está em risco em função de graves fatos ocorridos desde que o acordo entrou em vigor, em 1º de outubro.
"Apesar de as duas partes terem conseguido mantê-lo (o cessar-fogo) e levado alívio para as regiões de maior conflito, também foram reportados, durante os dois meses de execução, graves fatos que colocam em risco sua continuidade", denunciam os rebeldes.
De concreto, o ELN denuncia "a reticência do governo em avaliar e verificar a responsabilidade da força pública na morte de 9 camponeses em um protesto cocaleiro em Tumaco, na fronteira com o Equador, e na morte de uma jornalista indígena em uma mobilização por terras.
Os rebeldes também consideram violações graves e inadmissíveis ao cessar-fogo dois ataques das forças militares do governo a acampamentos do ELN e denunciam ataques de agentes carcerários em vários centros penitenciários.