(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Presidência chilena será disputada no 2º turno por ex-presidente Piñera e governista Guillier


postado em 20/11/2017 19:31

O ex-presidente de direita Sebastián Piñera e o senador governista Alejandro Guillier vão disputar em dezembro o segundo turno da eleição presidencial chilena, cujo resultado está em aberto e poderá ser influenciado pela esquerda radical.

Embora Piñera tenha vencido o primeiro turno no domingo (19), como as previsões indicavam, o número de votos obtido pelo ex-presidente (2010-2014) foi menor do que o esperado, com 36,6% dos sufrágios.

Por outro lado, os votos obtidos pela esquerda radical, representada pela jornalista Beatriz Sánchez, superaram todos os prognósticos, deixando-a com a chave para a segunda rodada.

"Piñera aparece oito ou nove pontos abaixo do que se esperava e este é um ingrediente que imprime drama e incerteza ao segundo turno. A chave será o que os eleitores que apoiaram Beatriz Sánchez farão", apontou à AFP o analista Marcelo Mella, da Universidade de Santiago.

- Golpe da Frente Ampla -

Nenhuma pesquisa antecipava que Sánchez, uma jornalista de 46 anos que entrou para a política apenas em março, superaria 20% dos votos, o que levou a candidata a criticar as pesquisas, outra das grandes derrotadas deste dia de eleições.

"Representa um desejo de renovação que não foi identificado", ressaltou o líder do partido no poder, Pepe Auth.

Cerca de 147.000 votos separaram Sánchez do senador Guillier, de 64 anos, que obteve 22,66% dos votos.

Guillier, que como Sánchez entrou para política depois de uma longa carreira nos meios de comunicação, não deve negligenciar os votos obtidos pela candidata da Democracia Cristã, Carolina Goic (5,88%), que nesta segunda-feira anunciou sua renúncia à presidência do partido, e pelo progressista Marcos Enríquez-Ominami (5,68%), que já deu seu apoio.

"Eu não disse que não estou disposto a negociar. Minha obrigação é conquistar seu eleitorado (da Frente Ampla), não conquistar os dirigentes negociando porque isso incomoda as pessoas", esclareceu Guillier nesta segunda-feira.

Outra surpresa foi José Antonio Kast, o candidato de extrema direita que reivindica o legado da ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990). Após obter 7,9% dos votos, é mais um jogador-chave para Piñera.

Piñera disse que Kast ofereceu seu apoio "sem condições".

Em um encontro com correspondentes estrangeiros nesta segunda-feira, o ex-presidente afirmou que buscará para o segundo turno o "centro moderado".

"Em relação a se nossa candidatura vai virar à direita ou à esquerda, nem uma coisa nem outra. Vamos continuar convocando e apelando ao chamado 'centro social', que não é o centro político tradicional, é a moderação, é o bom senso; são os chilenos que querem unidade e não divisão", disse o ex-presidente.

Desde a noite de domingo, Piñera insiste na repetição do cenário eleitoral de 2009, quando ganhou a eleição presidencial no segundo turno do ex-presidente Eduardo Frei, após vencer no primeiro turno com 44% dos votos.

"Isto já aconteceu em 2009, (...) portanto, tenho muita fé e confiança em que vamos ganhar este segundo turno", disse Piñera.

- Negociações para o segundo turno -

"A questão é se Guillier conseguirá mobilizar a maioria do eleitorado que votou em favor de Sánchez", diz o analista Mella.

Antes da votação, a candidata da Frente Amplo assegurou que levaria alguns dias antes de decidir agir no segundo turno.

Por sua vez, Piñera já procurou Kast para integrá-lo à sua campanha.

Considerado o "Podemos" chileno, a Frente Ampla reúne uma série de pequenos movimentos de esquerda, agrupados em torno de ex-líderes estudantis que lideraram os protestos de rua em 2011 durante o governo de Piñera para exigir educação pública gratuita e de qualidade.

Essa exigência foi acolhida pela presidente socialista Michelle Bachelet, para quem, de alguma forma, essas eleições eram uma medida do profundo programa de reformas sociais que iniciou.

"Hoje, sabemos que o Chile quer continuar avançando, é o que os cidadãos exigem, é o que as urnas disseram", afirmou Bachelet depois das eleições que também atraíram mais do que o esperado, quase 6,4 milhões de eleitores.

Nas eleições parlamentares que ocorreram em paralelo, a direita conquistou o maior número de senadores e deputados, mas não o suficiente para ter uma maioria absoluta no Congresso. A Frente Ampla obteve cerca de 20 deputados e um senador, um marco.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)