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Estado de Minas

Ledezma viaja da Colômbia para Madri após fugir da Venezuela


postado em 17/11/2017 21:52

O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, viajou nesta sexta-feira (17) para Madri, procedente da Colômbia, aonde chegou após burlar uma prisão domiciliar, imposta desde 2015 por suposta conspiração contra o governo de Nicolás Maduro.

O dirigente opositor partiu hoje em um voo comercial da companhia Avianca, que o levará para o aeroporto de Barajas, na capital espanhola, disse à AFP uma fonte da empresa que pediu para não ser identificada.

A porta-voz do dirigente, Lorena Arraiz, confirmou a informação.

De 62 anos e um dos opositores detidos mais emblemáticos junto com Leopoldo López, também em prisão domiciliar, Ledezma garantiu que conseguiu fugir com a ajuda de militares venezuelanos.

"Foi uma travessia de filme passar por mais de 29 postos entre a Guarda Nacional e a Polícia do governo", contou à imprensa colombiana, na cidade fronteiriça de Cúcuta, sem dar detalhes, minutos antes de viajar para Bogotá, aonde chegou por volta do meio-dia.

De Cúcuta, pediu ajuda à Colômbia, para onde já fugiram vários juízes destituídos e a ex-procuradora-geral Luisa Ortega, que chegou a Bogotá em agosto, alegando perseguição política.

"Minha voz se une ao coro de vozes de venezuelanos que pediram auxílio da Colômbia", afirmou ele.

O vice-presidente colombiano, Óscar Naranjo, que está em Washington, disse ter informação de que a presença do dirigente opositor "na Colômbia seria transitória, enquanto chega à Espanha".

O prefeito caraquenho disse ter falado por telefone com o presidente Juan Manuel Santos, cujo governo foi um dos mais críticos da "ditadura" de Maduro.

- Conversa com Santos -

"Esse telefonema e essa palavra não são uma solidariedade com a oposição. São uma solidariedade com a democracia venezuelana", afirmou Ledezma em uma entrevista em Bogotá ao canal NTN 24, onde apareceu com a bandeira venezuelana pendurada no ombro.

O prefeito ingressou na manhã de hoje "via terrestre" pela Ponte Internacional Simón Bolívar, da localidade de Villa del Rosario, próxima a Cúcuta, de acordo com o Escritório de Migração.

Ledezma disse que fugiu de Caracas, porque militares e membros da Inteligência venezuelana lhe informaram de um suposto "plano" do governo contra ele.

"Não quero ser refém de uma tirania, que me usem para dobrar a oposição", alegou ele, que garantiu que ter burlado a detenção sem consultar "esposa e filhas" e não ter dado pistas claras sobre seus próximos passos.

"Minha bússola tem vários destinos. Vou fazer uma peregrinação pelo mundo inteiro", afirmou.

Em Caracas, várias patrulhas do serviço de Inteligência estavam na frente da casa de Ledezma e arredores, no leste da cidade.

- 'Governo de transição' -

Acusado de fazer parte de uma suposta conspiração contra Maduro, o prefeito foi detido em 19 de fevereiro de 2015.

Dois meses depois, chegou a ser colocado em prisão domiciliar por questões de saúde. Em agosto, porém, foi levado para prisão militar Ramo Verde, nos arredores de Caracas, depois que o Tribunal Supremo de Justiça revogou essa condição, acusando-o de planejar fugir.

Ledezma voltou para casa alguns dias mais tarde.

Tanto ele quanto López questionam Maduro sem trégua e rejeitam a Assembleia Constituinte de plenos poderes em vigor na Venezuela.

Em sua fuga, voltou a criticar o presidente e pediu sua saída do poder.

"É hora de sair de cena e permitir um governo de transição. Maduro não pode continuar torturando o povo da Venezuela. Maduro está matando o povo da Venezuela de fome", insistiu.

A também integrante da oposição María Corina Machado alegou que Ledezma corria risco de vida na Venezuela.

"Eu tinha certeza (de) que Antonio Ledezma não permitiria que fizessem dele refém da tirania. Sei que sua vida corria perigo pela posição que assumiu com firmeza e coerência diante da pretensão de reeditar o falso diálogo", escreveu ela nas redes sociais, referindo-se aos contatos entre Maduro e um setor da oposição favoráveis à retomada do diálogo.

Em uma primeira reação, Maduro pediu nesta sexta às autoridades espanholas que não "devolvam" o prefeito Antonio Ledezma.

"Hoje escapou Antonio Ledezma, o 'vampiro' voando livre pelo mundo. Foi protegido para a Espanha para viver a grande vida, para ir tomar vinho na Gran Vía. Que não nos devolvam", afirmou Maduro, em um ato em Caracas.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, saudou a fuga do prefeito.

"Minha saudação a Antonio Ledezma, referência moral da #Venezuela, agora livre para liderar a luta do exílio para a instauração do sistema democrático em seu país", tuitou Almagro.


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