A coalizão liderada pela Arábia Saudita segue bloqueando o envio de ajuda humanitária ao Iêmen, apesar da reabertura do porto de Aden e de uma passagem de fronteira terrestre, informou nesta sexta-feira um porta-voz da ONU.
"Os movimentos humanitários no Iêmen seguem bloqueados", disse Russell Geekie, porta-voz da agência para Assuntos Humanitários das Nações Unidas.
"A abertura do porto de Aden não é suficiente. Precisamos da suspensão do bloqueio em todos os portos (...) tanto para importações humanitárias como para comerciais".
A Arábia Saudita e seus aliados do Golfo intervêm no Iêmen desde março de 2015 para combater os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã e que controlam a capital Sanaa após expulsar do poder o presidente Abd Rabo Mansur Al-Hadi.
A coalizão fechou as fronteiras do Iêmen na segunda-feira passada, em reposta a um míssil disparado pelos rebeldes huthis que foi interceptado próximo ao aeroporto de Riad.
Na quinta-feira, o Conselho de Segurança alertou sobre "a situação humanitária catastrófica" no país e sobre a "importância de se manter todos os portos e aeroportos do Iêmen em estado de funcionamento".
Segundo o representante sueco adjunto na ONU, Carl Skau, o Iêmen vive "a pior situação humanitária no mundo: sete milhões de pessoas à beira da fome, uma criança morre por doença a cada 10 minutos e há quase um milhão de pessoas doentes de cólera".
A guerra entre os rebeldes e as forças do presidente Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi já deixou mais de 8.650 mortos e cerca de 58.600 feridos, incluindo muitos civis, segundo a ONU.