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Estado de Minas

Investigação sobre atentados de novembro de 2015 na França avança lentamente


postado em 10/11/2017 11:40

Dois anos depois dos atentados islamitas que deixaram 130 mortos na França em 13 de novembro de 2015, o único autor detido se nega a falar e os que ordenaram os ataques seguem impunes.

As investigações avançam sobre a célula extremista executora dos ataques, da qual restou apenas um sobrevivente, Salah Abdeslam, que está preso, mas permanece em silêncio.

- Como está a investigação? -

A captura de Salah Abdeslam não forneceu os resultados esperados: o ex-criminoso de 28 anos que se tornou extremista está calado desde que foi entregue às autoridades francesas em abril de 2016.

Contra todos os prognósticos, pediu para comparecer em um julgamento previsto para dezembro em Bruxelas sobre um caso vinculado à sua fuga após os atentados, mas não se sabe se falará durante esse processo.

Grande parte dos membros da célula responsável pelos ataques de 13 de novembro de 2015, assim como os de Bruxelas em 22 de março de 2016, que deixaram 32 mortos, foi morta ou presa.

Investigadores foram mobilizados em toda a Europa, Turquia e Magrebe a fim de tentar reconstruir o conjunto da rede de cumplicidades que permitiu a esta célula se infiltrar no fluxo de migrantes durante o verão de 2015 e organizar atentados na Europa por ordem do grupo extremista Estado Islâmico (EI).

No total, há 15 suspeitos formalmente acusados, ou alvos de ordem de captura.

- Quem são os suspeitos? -

Além de Abdeslam, há seis pessoas detidas na França, incluindo dois homens que podem ter sido encarregados de participar dos ataques: Adel Haddadi (argelino) e Muhammed Usman (paquistanês).

Esses homens chegaram da Síria junto com dois dos suicidas que se explodiram perto do Stade de France, no norte de Paris, e foram detidos na Áustria um mês depois dos ataques.

Três pessoas próximas a Abdeslam, envolvidas em sua fuga após os atentados, e um homem implicado na falsificação dos documentos utilizados pelos extremistas estão detidos na França.

A Bélgica deteve cinco suspeitos importantes, também requeridos pela Justiça francesa. Um deles, Mohamed Abrini, "o homem do chapéu" dos atentados de Bruxelas, foi brevemente transferido à França para ser denunciado.

O caso de Jawad Bendaud, processado por ter abrigado Abdelhamid Abbaud, foi desvinculado assim como o de outros dois protagonistas, que serão julgados por um tribunal de menor instância.

As investigações sobre o ataque ao trem Thalys entre Amsterdã e Paris, em agosto de 2015, colocaram em evidência as relações estreitas entre a célula extremista e Ayub El Khazzani, que foi neutralizado depois de atirar e ferir dois passageiros. El Khazzani confessou ter embarcado no trem por ordem de Abaaud. No entanto, as duas investigações se desenvolveram separadamente.

Mohamed Bakkali, supostamente encarregado da logística dos ataques de 13 de novembro, detido na Bélgica e reivindicado pela Justiça francesa, foi acusado na terça-feira em Bruxelas no âmbito da investigação belga sobre o ataque ao Thalys.

- Os autores intelectuais -

Uma das figuras-chave da rede, Ussama Atar, foi identificado por um dos dois homens detidos na Áustria sob a alcunha de "Abu Ahmed" como aquele que deu a ordem de Raqa, ex-capital autoproclamada do EI na Síria, de onde os atentados teriam sido planejados em 2015.

De dupla nacionalidade belga e marroquina, esse homem de 32 anos, veterano da jihad, é primo dos irmãos El Bakrui - que morreram como suicidas em Bruxelas - e irmão de Yassin Atar, detido na Bélgica e objeto de uma ordem de captura francesa.

Conversas analisadas de um computador da célula permitiram compreender o "papel central" que esse "emir" do EI desempenhou "na preparação de ações violentas na Europa", de acordo com investigadores belgas.

Os juízes também emitiram uma ordem de prisão contra Ahmad Alkhad. Sob essa alcunha se esconde o possível artífice do grupo. Seu DNA foi detectado em alguns cinturões de explosivos usados pelos extremistas de Paris.

A atual queda dos redutos do EI no Iraque e na Síria faz pensar que alguns protagonistas poderiam ser capturados vivos. Mas as chances são mínimas.

"Se os extremistas morrerem nesses combates, diria que é melhor", declarou a ministra francesa da Defesa, Florence Parly, durante a queda de Raqa em meados de outubro.


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