A Organização Mundial de Saúde (OMS), que está fornecendo suporte a esses países, insiste em afirmar que os procedimentos adotados são corriqueiros e “não estão diretamente relacionados” ao risco de a doença se espalhar pela região. A peste é endêmica em algumas regiões de Madagascar, com cerca de 500 casos reportados anualmente. O surto atual, no entanto, alcançou cidades densamente povoadas e regiões onde não costumava se manifestar - e que, consequentemente, têm equipamentos de saúde menos preparados para lidar com a doença.
A peste é uma variação particularmente infecciosa da pneumonia porque, depois de invadir os pulmões, se espalha rapidamente por meio da contaminação pela tosse ou mesmo pelo compartilhamento do ar em ambientes fechados. A peste bubônica, outra forma comum da doença, é transmitida pela picada de pulgas ou contato direto com animais contaminados.
A OMS declarou em nota: “a peste é uma doença prevenível e tratável, entretanto, se não houver o tratamento adequado, a peste pneumônica é fatal”. “Nove países e territórios foram identificados como prioridade para receber treinamento e preparação para enfrentar a doença na região, em virtude das relações comerciais e turísticas com Madagascar. Esses países e territórios são Comoros, Etiópia, Quênia, Ilhas Maurício, Moçambique, La Réunion, Ilhas Seychelles, África do Sul e Tanzânia”, informou a OMS.
Ao jornal britânico The Independent, um porta-voz da organização disse que a peste ainda não foi detectada em nenhum desses outros países e adicionou: “o Ministério da Saúde de Madagascar registrou 1.231 casos e 124 mortes pela doença entre 1º de agosto e 25 de outubro”. “A transmissão entre duas pessoas, dessa vez, está, proporcionalmente, muito maior que em casos anteriores.”
ALERTA
O Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido já incluiu o seguinte aviso a todos os passageiros que tenham os países relacionados pela OMS como destino: “Há, em curso, um surto de peste pneumônica e bubônica em Madagascar; surtos da peste tendem a ser sazonais e ocorrem, geralmente, na estação chuvosa e em zonas rurais, com cerca de 500 casos registrados anualmente, mas esta última ocorrência registra um número bem superior de casos em áreas urbanas, incluindo a capital, Antananarivo”.