Julio De Vido, que foi um poderoso ministro nos governos argentinos de Néstor e Cristina Kirchner, foi detido nesta quarta-feira (25) por ordem da Justiça, após perder o foro privilegiado de deputado em uma decisão do Congresso, promovida pelo presidente Mauricio Macri.
Minutos depois de ser votada a suspensão do foro pela Câmara, policiais militares entraram na casa de De Vido no bairro de Palermo, em Buenos Aires, para realizar a prisão, mas o ex-ministro não estava.
De Vido, 67 anos e pai de cinco filhos, se entregou no Palácio dos Tribunais.
No final da tarde, o ex-ministro chegou à prisão de segurança máxima de Ezeiza, 30 km ao sul de Buenos Aires, sob forte escolta policial.
A prisão de Julio De Vido foi solicitada por dois juízes em processos distintos por desvio de fundos e outras irregularidades envolvendo a importação de gás liquefeito e a usina térmica a carvão de Río Turbio, na Patagônia.
Como ministro do Planejamento, De Vido administrou bilhões de dólares em obras públicas entre 2003 e 2015.
José López, assessor direto de Julio De Vido, foi preso em junho de 2016 quando tentava enterrar bolsas com 8 milhões de dólares em um convento de freiras na periferia de Buenos Aires.
Também já estão na prisão o ex-ministro dos Transportes Ricardo Jaime, do finado presidente Néstor Kirchner, condenado a seis anos por corrupção, e o empresário Lázaro Báez, acusado de amealhar uma fortuna como concessionário de obras públicas na província de Santa Cruz.
A ex-presidente Cristina Kirchner, eleita senadora no domingo passado, declarou que não põe "a mão no fogo por De Vido ou por ninguém", mas a prisão de seu ex-ministro é mais um golpe contra ela, alvo de várias denúncias por corrupção.