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Estado de Minas

Ataque contra mesquita xiita em Cabul fez 56 mortos


postado em 21/10/2017 10:01

O ataque, na sexta-feira (20), do grupo Estado Islâmico (EI) contra uma mesquita xiita em Cabul deixou 56 mortos e 55 feridos, o que levou fiéis e autoridades religiosas a pedir novas medidas de segurança para esses lugares particularmente vulneráveis.

O ministério do Interior, por meio de seu porta-voz Najib Danish, anunciou neste sábado (21) um balanço revisado em alta de "56 mortos, incluindo mulheres e crianças, e 55 feridos", vitimados durante a oração da noite por um suicida na mesquita Imam Zaman, no coração de um bairro predominantemente xiita no oeste de Cabul.

O terrorista abriu fogo em meio à multidão, antes de acionar sua carga explosiva. O grupo Estado Islâmico, composto por extremistas sunitas para quem o xiismo é uma heresia, reivindicou a autoria do crime neste sábado.

"Estávamos quase no meio da oração quando houve uma grande explosão, não vi o suicida. Havia mortos e feridos em todos os lugares, era um caos, todos gritavam, chamavam seus parentes", relatou neste sábado Jan Ali, de 47 anos, queimado no rosto e ferido nas mãos e pernas por estilhaços.

Falando de sua cama no hospital Wazir Akhbar Khan, este morador do distrito Dasht-e-Barchi, onde ocorreu o ataque, não tem notícias de seus dois filhos, de 12 e 17 anos, igualmente feridos e levados para outra instalação médica.

Esta manhã, a mesquita devastada, ainda com um forte cheiro de sangue seco, testemunhava a violência do ataque: paredes manchadas, espirradas de sangue a mais de dois metros de altura, janelas quebradas, tapetes manchados cheios de estilhaços, roupas e sapatos das vítimas.

Este novo ataque foi o décimo desde o verão de 2016 a atingir a minoria xiita no Afeganistão, de acordo com uma contagem da AFP. A maioria dos atentados foi reivindicado pelo EI, ativo no leste do país desde 2015.

- 10.000 mesquitas xiitas -

E os habitantes e parentes que vieram buscar notícias no dia seguinte a essa noite macabra, condenaram mais uma vez a negligência do poder central.

"O que o nosso governo está fazendo? Ainda somos atacados dentro de nossas mesquitas. Quanto tempo vamos ter que suportar?", questionava um empresário local, Rasool, com a voz embargada. "Não podemos mais viver aqui, mesmo em lugares sagrados, não estamos seguros".

De acordo com Dahiul Haq Abid, vice-ministro do Haj (peregrinação a Meca) e dos Assuntos Religiosos, o Afeganistão, um país predominantemente sunita, tem cerca de 10 mil mesquitas xiitas.

O governo há muito argumenta que não pode proteger todas elas. No entanto, no momento da Ashura, no final de setembro, uma das principais comemorações xiitas, decidiu junto com as autoridades religiosas fortalecer a segurança em torno desses locais.

Moradores se armaram para apoiar a polícia e os pontos de controle instalados a uma certa distância das mesquitas permitiram filtrar os fiéis.

Assim, um homem que foi desmascarado explodiu a cerca de 150 metros de uma mesquita em Cabul, no dia 29 de setembro, no dia anterior a Ashura. Seis pessoas morreram, mas o suicida não conseguiu alcançar a multidão em oração.

Na sexta-feira à noite, o assassino teria conseguido entrar disfarçado de mulher, segundo Ibrahim, um representante da comunidade de Dasht-e-Barchi.

"Todos os homens foram revistados", diz ele. "O terrorista conseguiu se esconder sob um longo véu feminino", diz ele.

Mas o ministro dos Assuntos Religiosos admitiu que o dispositivo de segurança é insuficiente à luz da ameaça: "Agradecemos ao ministério do Interior, mas dois guardas por mesquita, não é suficiente", disse ele. "Temos que conversar novamente para apresentar um plano que proteja as mesquitas e previne ataques".


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