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Estado de Minas

Reservas naturais alemãs têm declínio dramático de insetos


postado em 18/10/2017 18:01

Pesquisadores na Alemanha documentaram um declínio acentuado de insetos voadores em dezenas de reservas naturais nas últimas três décadas, e os pesticidas agrícolas podem ser os culpados, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (18).

Enquanto está bem documentado que as borboletas e as abelhas estão desaparecendo na Europa e na América do Norte, o novo estudo, publicado na revista científica PLOS ONE, é o primeiro a documentar que os insetos voadores em geral diminuíram em mais de três quartos em toda a Alemanha desde 1989.

Os pesquisadores estão preocupados porque os insetos são polinizadores importantes e também uma parte fundamental da cadeia alimentar, servindo de alimento para aves e outras criaturas pequenas.

"O fato de que os insetos voadores estão diminuindo a uma taxa tão alta em uma área tão grande é uma descoberta ainda mais alarmante", disse o autor principal do estudo Hans de Kroon, pesquisador da Universidade Radboud.

Para o estudo, os pesquisadores usaram armadilhas colantes para coletar insetos em 63 reservas naturais, depois mediram a biomassa, documentando mudanças ao longo do tempo.

Eles encontraram um declínio médio de 76% ao longo dos últimos 27 anos, com uma piora dos efeitos no verão (82%).

"Todas estas áreas são protegidas e a maioria delas são reservas naturais administradas. No entanto, esse declínio dramático ocorreu", disse o coautor do estudo Caspar Hallmann, da Universidade Radboud.

Embora o estudo não tenha apontado um motivo para a queda, os pesquisadores disseram que muitas reservas naturais estão cercadas por campos agrícolas e que os pesticidas podem ser os responsáveis.

"Como ecossistemas inteiros são dependentes de insetos como alimentos e polinizadores, isso coloca o declínio de aves e mamíferos que se alimentam de insetos em um novo contexto", disse De Kroon.

"Precisamos fazer menos das coisas que sabemos que têm um impacto negativo, como o uso de pesticidas", acrescentou.

"Nós também temos que trabalhar arduamente para estender nossas reservas naturais e diminuir a proporção de reservas que fazem fronteira com áreas agrícolas".


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