O Ministério Público da Audiência Nacional espanhola solicitou nesta segunda-feira (16) prisão preventiva para os líderes de duas influentes associações independentistas catalãs, Jordi Sánchez e Jordi Cuixart, acusados do crime de sedição, segundo fontes judiciais.
Sánchez e Cuixart, que se apresentaram pela segunda vez ao alto tribunal em Madri, são acusados de terem convocado e incendiado centenas de manifestantes em 20 de setembro, que dificultaram por horas a saída de agentes da Polícia espanhola, que revistavam dependências do governo catalão em Barcelona.
Neste caso também foram acusados por suspeita de sedição o chefe da Polícia catalã, Josep Lluís Trapero, e a intendente da corporação, Teresa Laplana. O crime de sedição (ou insurreição) pode ser punido com até quinze anos de prisão. Trapero, de quem se suspeita que não tenha feito o suficiente para impedir o referendo de autodeterminação ilegal de 1º de outubro na Catalunha, foi posto em liberdade provisória nesta segunda, assim como Laplana.
Segundo autos judiciais, os dois líderes "se destacaram como interlocutores da concentração" de 20 de setembro e, a bordo de um veículo da Guarda Civil espanhola, convocaram a "mobilização permanente"."Que ninguém vá para casa, será uma noite longa e intensa", clamou Sánchez, segundo o documento. Durante a manifestação, três veículos da Guarda Civil foram danificados.
A Espanha está mergulhada em sua pior crise política em 40 anos, em meio à aposta independentista das autoridades da Catalunha, uma região de 7,5 milhões de habitantes a nordeste do país, que é contestada pelo governo central, que poderia suspender sua autonomia.