O secretário americano de Defesa, Jim Mattis, afirmou nesta sexta-feira que Washington está trabalhando para reduzir a tensão entre o governo iraquiano e as forças curdas, para que ambos se concentrem no combate aos jihadistas.
"Estamos tratando de fazer com que baixem o tom e que avancem sem perder de vista quem é o inimigo, reconhecendo que temos que encontrar uma maneira de avançar".
"Que cada um se mantenha concentrado em derrotar o grupo Estado Islâmico. Não podemos lutar entre nós agora".
As forças do governo iraquiano retomaram posições nesta sexta-feira na província petroleira de Kirkuk, que estavam sob o controle de combatentes curdos peshmerga desde 2014, em meio à disputa provocada pela declaração de independência do Curdistão iraquiano.
Um funcionário curdo disse que milhares de soldados, fortemente armados, estão estacionados na cidade de Kirkuk para defendê-la "a qualquer custo".
Bagdá rejeita a intenção dos curdos de incorporar esta região petrolífera a seu território autônomo.
As forças federais iraquianas e os peshmerga têm sido aliados-chave na coalizão liderada pelos Estados Unidos para combater o EI.
Na mesma entrevista, Mattis declarou que a coalizão liderada pelos EUA "aceitará a rendição" dos jihadistas do Estado Islâmico entrincheirados na cidade de Raqa, no norte da Síria.
"Se eles se renderem, é lógico que aceitaremos sua rendição", disse Mattis, acrescentando que "os mais fanáticos não permitirão, tratando de impedir a fuga de civis para nossas posições (...), e lutarão até o final".
"São eles que assassinam as pessoas. Nós somos os caras bons", declarou Mattis.
"Agora que o chão se abre sob os pés do EI, cada vez mais gente deles está se rendendo. Aceitaremos sua rendição (...), mas é claro que serão interrogados com objetivos de inteligência. Serão provavelmente detidos pelas FDS (Forças Democráticas Sírias) ou por quem os capturar".
Entre 300 e 400 combatentes do EI permanecem em Raqa, junto a cerca de 4 mil civis presos na cidade, segundo a coalizão.