A decisão do presidente Donald Trump de "não certificar" o acordo nuclear iraniano e de pedir ao Congresso que endureça suas condições se assemelha a uma "violação" dos compromissos por parte dos EUA - denunciaram nesta sexta-feira (13) os negociadores americanos desse texto firmado em 2015.
"O que ele pede ao Congresso constituiria uma violação do acordo, já que isso supõe tentar renegociar unilateralmente o acordo", explicou Ben Rhodes, que foi conselheiro de Segurança Nacional no governo Barack Obama.
"Se os Estados Unidos lançarem uma ação legislativa, ou de outro tipo, para tentar mudar os termos do acordo, trata-se de uma violação", insistiu.
"Nossos aliados disseram claramente" que "não deve haver qualquer violação do acordo", frisou Rhodes.
Para o ex-secretário de Estado americano John Kerry, outro negociador do acordo de 2015, a decisão de Trump é "perigosa" e "abre as portas para uma crise internacional".
"Se põem em risco os interesses dos Estados Unidos em matéria de Segurança Nacional e os de seus aliados mais próximos", afirmou o democrata em um comunicado.
Kerry convocou o Congresso americano a "rejeitar o plano" de Trump e qualquer manobra legislativa que signifique a morte do acordo.
O presidente Trump anunciou, nesta sexta, que não certificará os compromissos do Irã no âmbito do acordo sobre seu programa nuclear, contrariando avaliação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nesse sentido.
Apesar de sua decisão, o republicano diz que não abandonará o pacto firmado por Teerã com seis grandes potências.
Em paralelo, Trump diz que tentará convencer o Congresso a endurecer as condições do acordo. Já está em elaboração um projeto de lei que autoriza a reimplantação das sanções, caso o Irã tenha produzido armas nucleares no período inferior a 12 meses.