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Estado de Minas

Madri tenta 'neutralizar' colégios eleitorais na Catalunha


postado em 26/09/2017 15:10

As forças de ordem espanholas tentavam nesta terça-feira neutralizar os colégios eleitorais que os dirigentes separatistas da Catalunha querem habilitar para seu referendo de autodeterminação, enquanto o chefe de governo, Mario Rajoy, se reunia com Donald Trump em Washington em busca de apoio.

A Polícia regional catalã tem ordem da Procuradoria de identificar os responsáveis dos colégios eleitorais que irão abrir no domingo.

A Procuradoria pediu que essas pessoas compareçam como testemunhas para entregar a documentação que possuem relacionada com a consulta, e advertiu-as de sua "obrigação" de não ceder tais centros para a votação, proibida pela Justiça.

"A ordem foi transmitida e será executada com toda normalidade", declarou à AFP um porta-voz da Polícia catalã, os Mossos d'Esquadra.

A atuação desta Polícia, que é autônoma mas está submetida à legislação do Estado espanhol, é essencial. Por isso, e como parte de seu empenha para impedir a consulta, o Ministério do Interior a colocou neste fim de semana sob tutela parcial.

- Força total contra a consulta -

Ao apontar para os colégios eleitorais, a Procuradoria se aprofunda em um plano destinado a impedir todos os passos até a organização do referendo.

Desde meados de setembro a Justiça ameaça os prefeitos que forem fornecer os locais para a votação, assim como os funcionários de outras instituições que participarem de sua organização.

A comissão eleitoral criada expressamente para o referendo teve que renunciar em bloco, depois que o Tribunal Constitucional lhe impôs multas diárias de 12.000 euros.

Diante destas medidas, as autoridades separatistas que governam esta região denunciam métodos "repressivos" de Madri.

Por outro lado, os separatistas comemoram a publicação em diversos veículos estrangeiros de editoriais que pedem a celebração de um referendo legal, ou uma maior flexibilidade do governo de Mariano Rajoy em uma Catalunha dividida.

Uma fonte diplomática espanhola disse ter "consciência dessa afirmação de que estariam perdendo a batalha da comunicação. Mas é mais difícil contar a verdade do que a mentira".

O governo repete que quer proteger a Constituição e que não autoriza este tipo de consulta, assim como ocorre em França e Itália.

E destaca que os separatistas adotaram a lei do referendo sem deixar que a oposição a debatesse em profundidade, e por uma votação de maioria simples, quando para textos menos importantes a legislação catalã exige uma maioria de dois terços da Câmara.

- Rajoy na Casa Branca -

Oficialmente, a Catalunha não destaca-se na agenda do encontro em Washington nesta terça-feira entre Rajoy e o presidente americano, Donald Trump. Não obstante, o dirigente espanhol espera algum gesto de apoio de seu anfitrião.

Na sexta-feira, Rajoy deveria participar na Estônia de uma cúpula informal da União Europeia (UE), mas preferiu cancelá-la.

"Considerei que neste momento o melhor é ficar aqui. Na sexta-feira haverá o conselho de ministros e o tema catalão estará presente", declarou à AFP uma fonte do governo.

Igualmente, o governo decidiu atrasar a adoção no conselho de ministros do projeto de orçamento de 2018, que era esperado para sexta.

Mas a tensão política na Espanha continua crescendo.

Em diversas cidades da Andaluzia e em outras localidades como Toledo (centro) e Santander (norte), os guardas civis que partiram à Catalunha como reforços foram aplaudidos por centenas de pessoas.

Em uma das maiores concentrações, manifestantes se juntaram na segunda-feira em Huelva para animar os agentes. Imagens que "são impróprias de uma sociedade civilizada", criticou Carles Campuzano, deputado do Partido Democrata Catalão no Parlamento espanhol.

"Por mais ardor que exista (...) estão perdendo tempo e, portanto, em 1º de outubro, como disse o governo, 9o referendo) acontecerá", advertiu o porta-voz do Executivo catalão, Jordi Turull.


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