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Estado de Minas

Sobrevoo de míssil norte-coreano volta a assustar japoneses


postado em 15/09/2017 16:31

"Lançamento de míssil! Um míssil foi disparado da Coreia do Norte. Abriguem-se em um edifício, ou subsolo": o despertar foi brutal nesta sexta-feira (15) para os japoneses do norte do arquipélago, outra vez por causa da Coreia do Norte.

Sirenes e alertas por telefone de emergência soaram pouco antes das 7h locais (19h, de quinta em Brasília). Pela segunda vez em menos de um mês, Pyongyang assustou o Japão com um novo míssil que sobrevoou a ilha de Hokkaido.

Embora seja sempre a mesma história, os habitantes dessa extensa ilha do norte do Japão não se acostumam, e o susto volta a se repetir.

"Não posso dizer que estejamos acostumados. Pensem que o míssil sobrevoou nossa cidade. Não é muito tranquilizador", comentou Yoshihiro Saito, que trabalha na pequena colônia de pescadores de Erimo, em Hokkaido.

"Foi bastante assustador. Ouvi que o míssil caiu a 2.000 quilômetros da costa, no Pacífico", acrescentou ele, enquanto 16 de seus colegas pescadores estavam sob a trajetória de voo do míssil.

Os cidadãos do Japão estão, certamente, acostumados a ter de correr para um abrigo de emergência, em um país exposto a terremotos e tsunamis, mas, no caso de um míssil, muitos não sabem como reagir. O tempo urge, e não sabem como se proteger.

- Vulneráveis -

"Dá muito medo. O governo nos disse para fugir para prédios estáveis, mas não conseguimos fazer isso muito rápido. Nossos colegas no mar não têm como se pôr a salvo", comenta Yoichi Takahashi, de 57 anos, responsável pela área da pesca em Kushiro, na ilha Hokkaido.

"Aconteceu duas vezes nos últimos tempos... Vamos ter dias agitados a partir de agora", lamentou.

Isamu Oya, de 67 anos, dono de um restaurante de sushi em Erimo, sente-se na mesma situação de vulnerabilidade: "o governo disse que temos de nos abrigar em um prédio estável, ou subterrâneo, mas aqui não tem. Não nos resta outro remédio a não ser fazer nada. Assustador, sim, e estamos desprotegidos".

Os programas de rádio e televisão da manhã foram bastante alterados. Nesse horário, em geral, ouvintes e telespectadores contam com uma programação dedicada ao entretenimento e a notícias apresentadas de maneira menos estressante.

Todas as telas mostraram a mensagem de advertência quando o míssil balístico de médio alcance sobrevoou parte do território japonês.

- Fugir -

"Fujam para um prédio, ou para um subsolo". Os operadores de telefonia móvel divulgaram os alertas por um sistema de mensagens de emergência geolocalizados, enviados para os usuários das regiões envolvidas, como o dispositivo de sirenes J-Alert.

Os serviços de trens entre Hokkaido e a principal ilha do Japão, Honshu, ficaram suspensos provisoriamente após o disparo. O mesmo aconteceu com outras linhas.

Já o tráfego aéreo na região não parece ter sido afetado. Segundo Shinya Matsuura, uma autoridade do aeroporto de Obihiro, situado sob a trajetória do míssil norte-coreano, os passageiros permaneceram calmos.

"Estamos simplesmente aliviados. Não nos afetou", disse à AFP.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, reiterou que seu país "nunca vai tolerar os perigosos atos provocadores da Coreia do Norte que ameaçam a paz no mundo".

"Se a Coreia do Norte seguir por esse caminho, não terá um futuro radiante. É preciso fazer a Coreia do Norte entender isso", frisou.

Como nas vezes anteriores, o governo japonês afirmou que sua prioridade é garantir a segurança de seus cidadãos. Não há relatos de queda de objetos suspeitos, nem dano a embarcações, ou a aviões.


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