Um homem armado com uma faca atacou na manhã desta sexta-feira em Paris um militar da operação antiterrorista mobilizada na França desde os atentados de 2015, mas ninguém ficou ferido, informou a polícia.
De acordo com os primeiros elementos da investigação, o agressor, rapidamente controlado pelo militar na estação de metrô de Chatelet, teria mencionado Alá, indicou uma fonte policial. O homem não tinha ficha criminal.
O ataque aconteceu às 06H30 do horário local (04H30 GMT, 01H30 horário de Brasília), segundo fontes policiais.
Uma investigação foi aberta pela Polícia Judicial.
A ministra da Defesa, Florence Parly, elogiou a reação do militar em entrevista à rádio Europe 1.
"O homem foi controlado, esta é a prova do profissionalismo e da eficácia dos soldados da (operação) Sentinela em sua missão de proteção", disse.
"Não sabemos quais eram as intenções do agressor, que foi detido", completou.
Esta é a sétima agressão contra militares da operação Sentinela estabelecida como parte do plano Vigipirate (sistema permanente de alerta) depois dos atentados de janeiro de 2015. O último ataque do tipo deixou seis militares feridos quando um carro avançou contra os soldados na região de Paris.
O governo anunciou na quinta-feira uma "evolução" do dispositivo de alerta. Quase 7.000 militares permanecerão mobilizados (10.000 em caso de crise), mas poderão atuar com mais "flexibilidade" e de forma "menos previsível" para melhorar sua eficácia, informou o ministério da Defesa.
A Sentinela terá três níveis a partir de agora: um "dispositivo permanente" para garantir a segurança nos lugares mais expostos (escolas, lugares de culto, monumentos turísticos, aeroportos e estações de trem); um nível de destacamento "planejado" para a proteção de eventos pontuais (férias natalinas ou acontecimentos esportivos); e uma "reserva estratégica" de 3.000 homens.
"Não temos nenhuma intenção de baixar a guarda", assegurou Parly.
A França tem sofrido desde janeiro de 2015 uma onda de atentados extremistas que deixou 239 mortos. Nos últimos meses, os agressores tê-se concentrado sobretudo nas forças de seguranças em lugares emblemáticos de Paris.
Em 20 de junho, Adam Djaziri se matou ao atacar uma viatura policial na Champs-Élysées, em um atentado fracassado que não deixou feridos.
Duas semanas antes, um argelino de 40 anos, Farid Ikken, agrediu com um martelo uma patrulha de polícia em frente a catedral de Notre-Dame.
Em 20 de abril, a três dias do primeiro turno das eleições presidenciais, Karim Cheurfi matou um policial na Champs-Élysées.
O Governo renovou até 1 de novembro o estado de emergência imposto na França após atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris.