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Estado de Minas

ONG pede investigação de ex-presidente Humala por violar direitos humanos no Peru


postado em 08/09/2017 19:40

O ex-presidente do Peru, Ollanta Humala, preso preventivamente por um inquérito de corrupção, deve ser investigado por "aberrantes violações de direitos humanos", supostamente cometidos quando era militar na ativa durante o conflito armado no Peru, segundo um relatório da ONG Human Rights Watch (HRW).

De acordo com o documento intitulado "Peru: Humala envolvido em atrocidades", divulgado nesta sexta-feira, no Peru, surgiram "novas evidências que implicam de maneira convincente o ex-presidente Ollanta Humala em atrocidades cometidas durante o conflito armado que se desenvolveu no Peru na década de 1990".

De acordo com HRW, "as provas também sugerem de forma contundente que Humala tentou encobrir provas incriminatórias quando se candidatou à presidência em 2006".

A organização reuniu depoimentos, tanto próprios quanto à imprensa local, em que soldados garantem ter cometido torturas, assassinatos e desaparecimentos por ordens de Humala, que liderava a base militar de Madre Mía, na região Amazônica de San Martín, onde era conhecido como "capitão Carlos".

"Diante das evidências contundentes que implicam um ex-presidente em atrocidades e em seu posterior encobrimento, o Ministério Público deveria avançar decididamente com todas as novas linhas de investigação", disse em um comunicado José Miguel Vivanco, diretor para as Américas da Human Rights Watch, com sede em Washington.

Após os novos depoimentos, o MP peruano reabriu, em maio, uma investigação relacionada às denúncias sobre execuções cometidas em Madre Mía contra os responsáveis, mas não mencionou Humala.

O ex-presidente está em prisão preventiva por causa da investigação de uma suposta entrega irregular de dinheiro para sua campanha presidencial em 2011, por parte da empreiteira brasileira Odebrecht.

Humala combateu em zonas de emergência a guerrilha Sendero Luminoso, considerada, no Peru, uma organização terrorista, e disse em repetidas ocasiões que sua atuação sempre esteve dentro do respeito aos direitos humanos.

Após as primeiras denúncias em 2006, quando Humala tentava pela primeira vez a presidência - que Alán García ganhou - a Corte Suprema do Peru decidiu em 2009 não processá-lo e declarar "trânsito em julgado" no caso dos desaparecimentos forçados de duas pessoas em Madre Mía por falta de provas.

Em 2011, Humala finalmente ganhou as eleições presidenciais e governou até 2016. Os responsáveis nunca foram punidos.


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