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Estado de Minas

A explosão da agricultura biológica na Europa


postado em 01/08/2017 16:22

Os produtos biológicos vão de vento em popa na agricultura europeia, ante consumidores que procuram cada vez mais alimentos saudáveis.

Entre os países do sul (com as maiores superfícies bio) e os do norte (os primeiros consumidores), e ante a pressão da grande distribuição, a agricultura europeia ecológica busca seu lugar no sistema agroalimentar mundial.

Este enfrenta o desafio de prover alimentos a mais de nove bilhões de pessoas em 2050.

- O consumo bio na Europa -

Segundo as estatísticas europeias mais recentes, de 2015, o consumo de produtos biológicos na União Europeia (UE) foi de 28,3 bilhões de euros naquele ano; 70% deste gasto procedia de quatro países: Alemanha, França, Itália e Reino Unido.

No entanto, os que mais compram esses produtos são os dinamarqueses (8,4% das suas compras), os austríacos (8%), e os suecos (7,7%), segundo dados do mesmo ano.

O primeiro mercado bio da Europa é a Alemanha, onde o gasto em produtos ecológicos quadruplicou em 15 anos, com 8,62 bilhões de euros de volume de negócios em 2015, o que supõe 5% de toda a alimentação consumida no país.

Mas na Alemanha, onde a grande maioria dos produtos ecológicos são vendidos em comércios de grande distribuição, o consumo bio se desenvolve mais rápido que a produção. Cada vez se importa mais: 80% dos seus tomates e 90% dos seus pimentões orgânicos procedem da Espanha e da Itália.

O mercado bio mais dinâmico na Europa é o da Suécia, que progrediu 38% em 2014 e 39% em 2015, chegando a 2,3 bilhões de euros.

Diferentes estudos realizados pelo Instituto Sueco de Pesquisa Ambiental contribuíram para o entusiasmo, ao insistir nas questões de saúde diante dos escândalos alimentares dos últimos anos.

Um deles demonstrava a diminuição dos resíduos de pesticidas na urina de uma família graças a uma dieta bio.

Em 2013, a restauração coletiva (escolas, hospitais, etc.) na Suécia empregava em média 23% dos produtos orgânicos (em valor).

- As granjas bio na Europa -

A superfície agrícola dedicada aos cultivos biológicos na UE aumentou 21% em cinco anos, até 11,1 milhões de hectares em 2015, contra nove milhões em 2010, segundo o escritório europeu de estatísticas Eurostat.

Todos os países da UE avançaram, exceto o Reino Unido (495.929 hectares bio, 29% a menos que em 2010) e Holanda (44.402 hectares bio, -4%).

Em 2015, quatro países concentravam cerca da metade (53%) das superfícies de cultivos bio europeias: Espanha, à frente dos 28 países com 1,96 milhão de hectares (21,9% mais que em 2010), seguida pela Itália, com 1,5 milhão de hectares (+34%), França, com 1,36 milhão (+61%) e Alemanha, com 1,06 milhão (+7%).

A Polônia, na quinta posição, contava com quase 600.000 hectares em 2015 (+11%), mas é considerada um país com um grande potencial de crescimento para a alimentação bio, segundo um relatório de abril de 2017 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Em toda a Europa restam grandes margens de avanço para a produção biológica. Em 2015, as superfícies dedicadas aos cultivos bio representavam apenas 6,2% do conjunto das terras agrícolas dos 28 Estados-membros da UE.

Segundo a Eurostat, os chamados países do norte, como Áustria, Suécia e Estônia são proporcionalmente os mais ecológicos, com mais de 15% das suas terras agrícolas dedicadas à produção bio em 2015 ou em "conversão para o bio", uma etapa intermediária durante a qual os agricultores mudam suas práticas progressivamente.

Em seguida aparecem a República Tcheca, Letônia e Itália, com mais de 10% de terrenos agrícolas dedicados aos produtos biológicos.

Na Itália, o país com o maior número de produtores bio (45.246), o setor se assemelha a uma indústria. As granjas de produção de ovos bio florescem no norte: em 2007 se abriu em Imola uma com 90.000 galinhas poedeiras e em 2017 em Sao Paolo outra com 250.000.

No entanto, é no leste da Europa e no Reino Unido onde estão as maiores explorações bio. Em 2013, a superfície média na Eslováquia era de 474 hectares, de 200 hectares no Reino Unido, de 178 hectares na República Tcheca e de 92 hectares na Estônia.

Em contraste, na Bélgica, Irlanda, Grécia, França, Itália, Chipre, Malta, Holanda, Áustria e Finlândia as superfícies eram, em média, inferiores a 50 hectares.

- Cereais -

Quanto à produção, Alemanha, Itália e Espanha contam com as maiores superfícies de cereais bio, com cerca de 200.000 hectares cada um.

No total, em 2015 em toda a UE havia mais de 1,7 milhão de hectares de cultivos ecológicos de cereais, 3% da superfície total de grãos.

- Leguminosas -

No que se refere às superfícies dedicadas às leguminosas (feijão, lentilha, grão de bico, etc), França, Espanha e Itália estão à frente com 68.000, 39.000 e 37.000 hectares, respectivamente.

- Hortaliças -

A Polônia é o primeiro país em questão de hortaliças bio, com 41.819 hectares cultivados, na frente da Itália (29.487 hectares) e França (16.832). Além disso, é o maior produtor de morangos bio na Europa, com 2.900 hectares em 2015.

- Cítricos -

A bacia do Mediterrâneo é líder em cítricos bio - laranjas e limões -, com a Itália à frente graças aos seus 31.869 hectares em 2015 (dos 42.000 da UE), seguida pela Espanha, com 8.245 hectares.

A Grécia, devido à crise, registrou uma redução das superfícies até 1.295 hectares em 2015, em comparação com os 1.909 hectares de 2010.

- Azeitonas -

A mesma coisa aconteceu com a Grécia com os cultivos de azeitonas bio, cuja superfície passou de 56.970 hectares em 2010 a 47.605 hectares em 2015.

Na Espanha (líder nesta categoria), as superfícies aumentaram até 197.000 hectares, em comparação com os 126.000 de 2010. Em seguida está a Itália, onde as oliveiras bio se estendiam em 2015 ao longo de 180.000 hectares, contra 140.700 em 2010.

- Vinhedos, uvas e vinho -

Os vinhedos bio da Europa estão dominados pelo trio Espanha, Itália e França, que também são os três primeiros produtores mundiais de vinho.

Embora as superfícies ecológicas ainda estejam longe das dos vinhedos convencionais, seu crescimento foi forte: +40,7% na Espanha entre 2010 e 2015, até 96.591 hectares (principalmente na região de Castilla-La Mancha); +37,5% na Itália, alcançando 83.643 hectares (sobretudo na Sicília); e +28,6% na França, com 70.496 hectares (em Languedoc-Roussillon).


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