O governo venezuelano expulsou nesta quarta-feira um jornalista brasileiro do Le Monde quando este tentava entrar no país para tramitar uma permissão de trabalho, denunciou a ONG de Direitos Humanos Provea.
"Governo nega credencial do jornalista Paulo Paranaguá, do Le Monde, e o expulsa do país", assinalou a ONG no Twitter.
O coordenador-geral da Provea, Rafael Uzcátegui, disse à AFP que Paranaguá tentou tramitar a permissão antes de viajar a Caracas, mas "não obteve resposta" a vários comunicados que enviou.
"Disseram-lhe que deveria tramitar a credencial antes" de ir a Caracas, assinalou Uzcátegui, que denunciou que aparentemente o repórter está em uma "lista negra" do governo que "criminalizou o seu trabalho jornalístico" por reportagens anteriores na Venezuela.
A ONG diz que Paranaguá disse estar bem, após embarcar em um avião da companhia aérea Iberia, embora não tenha detalhado o seu destino. O voo de Caracas desta companhia aérea se dirige normalmente a Madri.
A Venezuela vive momentos de alta tensão política com protestos de opositores que exigem a saída do presidente Nicolás Maduro do poder. As manifestações, iniciadas em 1º de abril, já deixam 77 mortos.
Os jornalistas estrangeiros devem tramitar permissões no Ministério da Comunicação e Informação para poder trabalhar na Venezuela, motivo pelo qual o governo reteve e deportou anteriormente comunicadores de vários países.